Império do tabaco (II)

Na coluna anterior, lembramos um pouco da trajetória do conselheiro Augusto Hennig (1866-1944). Filho de imigrantes alemães que moraram em Linha Santa Cruz, ele liderou a construção de um verdadeiro império econômico no município. De caixeiro-viajante no lombo de um burro, tornou-se um dos homens mais ricos e influentes da região.

Após breve passagem por Vila Theresa (Vera Cruz), onde casou e teve armazém, em 1890 se estabeleceu no então distrito de Sinimbu com uma concorrida casa comercial. Dois anos depois, construiu um enorme prédio (hoje Kaffeehaus, na entrada de Sinimbu) e ingressou no ramo que iria marcar a vida dele e da família: a compra e venda de fumo.

Com os negócios em expansão, criou a Exportadora Hennig e abriu matriz e fábrica no centro de Santa Cruz. O prédio ocupava a frente da Rua Júlio de Castilhos, entre a Floriano e a Marechal Deodoro (depois, ali foi a Casa Maileander). Dividindo as atividades com os filhos, instalou sede em Porto Alegre e efetuava exportação direta de fumo para a Europa.

O “barão do tabaco”, como era chamado, conhecia bem o setor e o que os compradores queriam. Isso levou a empresa a implantar iniciativas pioneiras, como a rede de produtores que eram orientados a produzir fumo no “padrão da Exportadora Hennig”.

Para melhor funcionamento desse grupo, nasceu a Transportadora Hennig. Caminhões e jipes visitavam as propriedades, levavam insumos e traziam o fumo com mais segurança e rapidez à cidade, dispensando o uso de carroças. Para agilizar o beneficiamento, instalou o primeiro sistema automatizado de destala de fumo, movido a energia elétrica.

Gozando de confiança na comunidade, Augusto era muito procurado por pessoas em busca de investimentos e de orientações em negócios. Dentro desse propósito nasceu a Casa Bancária Hennig (Banco Sinimbu). A sede era junto à matriz da empresa, no centro de Santa Cruz do Sul.

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