A escritora Clara Luiza Montagner foi a responsável por retratar a história dos imigrantes italianos em Sobradinho, Arroio do Tigre e Estrela Velha, no livro “150 anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul”. A obra é composta por um box com três volumes em mais de 1,2 mil páginas, escrito por cerca de 200 autores, que relatam a história da imigração italiana nas mais variadas áreas.
Conforme a escritora, em agosto de 2017, o organizador do livro, Ademir Antonio Bacca, juntamente com o consultor nomeado pela Regione del Veneto e do Comitato Veneto do Rio Grande do Sul (Comvers), César Augusto Prezzi, estiveram passando nas prefeituras para apresentar a ideia aos prefeitos e associações. “Eles poderiam ou não aderir à iniciativa. Eles fizeram a proposta, poderíamos ocupar quantas páginas quiséssemos. Naquela reunião mesmo já ficou decidido que eu seria a responsável por escrever esse relato, porque eu já tinha escrito um livro idealizado pela Associazione Culturale Italiana di Sobradinho (Aciso) que tratava sobre as raízes italianas e já tinha uma base sobre o assunto”, explica.
Assim, ficou decidido, segundo Clara, que seriam quatro páginas, duas a Aciso pagaria e as outras duas páginas ficariam a cargo da Prefeitura de Sobradinho. Ainda durante aquela reunião, Ademir Antonio Bacca pediu para a escritora sobre a possibilidade de Arroio do Tigre e Estrela Velha também relatarem a chegada dos italianos. Sobre a busca de informações, Clara destaca que isso não foi difícil, já que ela realiza estudos nessa área histórica e já havia pesquisado sobre os municípios que foi responsável por relatar a história. “Eu já havia feito um livro de Estrela Velha. Arroio do Tigre tenho muito conhecimento porque vivi uma parte da minha vida lá, mesmo criança, mas sempre tenho parentes, minha mãe é dali, é filha de italianos. E sobre Sobradinho eu também já tinha bastante conhecimento, então para mim não foi difícil”, conta.
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Clara destaca que a pretensão do livro é mostrar que imigrantes não são só aqueles da Serra Gaúcha, expondo que eles estiveram presentes em muitos outros municípios: “É a ideia da gente mostrar que quando se fala em imigrante italiano não é só na Serra, tivemos muitos imigrantes aqui que vieram da Itália mesmo ou que nasceram no Brasil, da primeira geração que veio para cá. A história no livro é bem resumida, mas esses imigrantes tiveram uma participação muito grande aqui para os municípios”.
De acordo com a escritora, é muito gratificante ter seu nome envolvido nesse livro. Formada em Letras, mas com uma grande paixão por História, Clara sempre está buscando mais conhecimento. “Eu me sinto realmente cumprindo uma missão. Acho que estou naquela fase que eu tenho obrigação de deixar para os descendentes, para gerações futuras, o que ainda a gente pode colher, porque se deixar mais para frente fica ainda mais difícil para eles resgatar a história”, considera.
Clara ressalta a participação da Aciso nesse projeto, já que a Associação logo definiu que seria ela a escritora, alegando que a professora já teria todos os elementos e poderia escrever sobre o assunto. Ela agradeceu a confiança.
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A escritora ainda frisa que Sobradinho não poderia ficar de fora desse livro, já que a história do município tem muito da cultura italiana: “Temos a Aciso, o Gemellagigio, o Leão Alado no Centro, temos muitas coisas de italianos”, enfatiza.
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No último sábado, 29, Clara esteve presente no lançamento do livro no Hotel Recanto Business, em Recando Maestro/Restinga Sêca. Também participaram do evento o vice-presidente da Aciso, Felipe Dalberto e o presidente de honra, Mario Augusto Lazzari, além do vice-prefeito e secretário de Educação, Cultura, Turismo e Desporto de Sobradinho, Ivan Trevisan.
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Para a diretora de Cultura de Sobradinho, Ingrid Hermes, a contribuição da escritora Clara é imensurável: “Ela é dedicada, estudiosa, a gente pode ter confiança em tudo o que ela escreve. Para Sobradinho ela é um presente, ela é nosso grande achado”, ressalta.
Ingrid afirma que se não fosse Clara, Sobradinho, possivelmente, não estaria representado no livro. “No momento que foi feita a proposta ela logo se prontificou em fazer. Agora temos uma dívida eterna de gratidão a ela. A história agradece toda essa contribuição. É realmente um orgulho para o nosso município”.
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