A análise do trajeto percorrido por um Corsa sedan, possível a partir de imagens de câmeras do sistema de videomonitoramento da cidade, realizada pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) resultou na prisão de um jovem de 23 anos e do seu tio, de 34. Ambos foram capturados nessa segunda-feira, 11, na chamada Operação Juramento Divino.
Em 26 de junho deste ano, por volta de 17h40, Lisiane Vieira Bicca, de 40 anos, foi assassinada com um tiro, dentro da própria casa, na Rua José de Oliveira Lopes, no Bairro São João. A mulher, que trabalhava em uma empresa fumageira, estava no banho quando foi alvejada por um disparo de pistola calibre 9 milímetros. Os três filhos dela, todos menores, estavam no imóvel e viram a mãe, que estava grávida de quatro meses, ser assassinada. Os dois suspeitos presos teriam atuado no crime.
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Conforme o comissário Orlando Brito de Campos Júnior, que atuou na investigação, foi realizado um mapeamento do trajeto do automóvel até a casa da vítima, com análise de diversas câmeras, visualizando inclusive o retorno do Corsa após o assassinato. “Foi como se fizéssemos o DNA do veículo, pelas características, algumas singularidades, detalhes em vidro e porta, porta-malas e roda”, comentou.
Um policial civil ainda visualizou o carro com as características identificadas transitando por vias da cidade. O Corsa sedan está no nome de outra pessoa, que não tem a ver com o crime e não possui grau de parentesco com os investigados, apenas havia vendido e não tinha realizado a transferência ao novo proprietário. Posteriormente, o automóvel foi apreendido administrativamente pela Brigada Militar em uma barreira, pois o condutor não possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
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“Fomos até o guincho, colhemos mais evidências e identificamos essas singularidades que já haviam sido apuradas nas imagens”, complementou o comissário Orlando. O trabalho irá buscar agora novas evidências da participação dos dois presos. Segundo a delegada Raquel, a prisão temporária de 30 dias para os dois presos, representada pela Deam e autorizada pela Justiça, é realizada como uma forma de ampliar as investigações, na tentativa de desvendar a autoria.
“Temos um prazo para buscar mais subsídios, que vão confirmar a participação desses presos no caso”, salientou a titular da Deam. Conforme a delegada Raquel, a motivação do assassinato ainda não foi esclarecida. No dia do crime, os bandidos chegaram à casa de Lisiane Vieira Bicca e chamaram pelo ex-companheiro dela. Na sequência, entraram e efetuaram os disparos, um dos quais a acertou na cabeça. Posteriormente, apurou-se que o mesmo Corsa teria passado ao longo da tarde em frente à casa, com a dupla observando o interior do terreno.
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Brigada Militar, Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atenderam a ocorrência no dia do crime. Um dos laudos de perícia recebidos pela Deam apontou que a gestação da vítima estava na 12ª semana e o feto já teria cerca de 15 centímetros. Outro documento indicou que, embora tenham sido encontrados mais estojos na cena do crime, foi possível comprovar que apenas um atingiu Lisiane, na cabeça. Os bandidos ainda atiraram contra o rosto do cão Thor, da família, que tentou defender a vítima e as crianças, e que acabou morrendo.
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