Na Pousada Ilha Bela, a luz era fornecida por um gerador, que funcionava das 19h30 às 10h30. A água do banho era aquecida por um chuveiro a gás. Tudo muito simples, mas bastante aconchegante.
Sabemos todos daquele ditado de que “o homem morre pela boca” e, literalmente falando, foi o que nos aconteceu na pousada. O jantar era servido pelos filhos do proprietário, o atendimento era surpreendente e a comida era gostosíssima, à base de frutos do mar. As refeições eram esperadas ansiosamente. Sempre nos reservavam uma surpresa agradável, nunca repetindo o cardápio anterior, mesmo sendo peixe o prato principal.
Às seis da manhã, já estávamos todos embarcados, pois o Valdomiro disse que o tempo estava favorável para a navegação e o mar era “de Almirante”.
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Seguimos rumo a São Francisco do Sul, na divisa do Paraná com Santa Catarina. O sol apareceu, majestosamente, nos espiando por detrás dos morros com seus primeiros raios ultravermelhos, cujo reflexo no mar deslumbrava a todos os aventureiros, ávidos por desbravar novas paisagens com essa saudação da natureza.
Abastecemos em Pontal, local onde os barcos partem para a travessia dos turistas que vão visitar a Ilha do Mel e, logo após, rumamos para o canal que dá acesso ao mar aberto.
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Confesso que fiquei apreensivo com a violência das ondas de três metros na entrada da barra. O barco subia e caía com violência, parecendo um cavalo indomável. Esta sequência de solavancos realmente assustava este marinheiro de primeira viagem. Achei que seria minha última viagem e que, se caísse no mar, certamente daria um lauto almoço para os famintos tubarões.
O Valdomiro, com sua experiência de marujo velho, tranquilizou-me dizendo que logo adiante aquelas ondas cessariam, era só sair do canal. Foi o que aconteceu. Fizemos uma parada estratégica nas ilhas maravilhosas da praia de São Francisco, quando deixamos o barco à deriva e apreciamos estas paradisíacas paisagens.
Como era meio-dia, comemos sanduíche acompanhado por deliciosas cervejas, estupidamente geladas. Valdomiro sugeriu que seguíssemos nossa aventura até Florianópolis. O mar estava calmo e, no dia seguinte, entraria uma frente fria vinda do Sul, que certamente faria com que o mar ficasse revolto. Todos concordaram e seguimos calmamente até o nosso destino final, que seria a casa do nosso comandante. Sempre apreciando as belezas deslumbrantes das praias de Santa Catarina.
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Chegamos sãos e salvos ao destino final, 750 quilômetros até a casa do Valdomiro, que se localiza na Enseada dos Golfinhos, em Florianópolis. Lindo lugar! (FIM)