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Igreja Batista oferece apoio na luta contra a dependência química

O número de pessoas com dependência química no Brasil é expressivo. O Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, aponta que 34% dos indivíduos menores de 18 anos já consumiram álcool, e 5% dizem ter usado em excesso. Entre as pessoas com Ensino Superior completo ou mais, esse índice supera os 20%. Mas não é só a droga lícita o problema. A ilícita faz parte da realidade de muita gente e acaba causando danos nas estruturas familiares.

Com o objetivo de tentar minimizar esse problema de saúde pública, foi criado, há cerca de 15 anos, o Grupo de Apoio a Pessoas com Dependência Química (GAF) na Igreja Batista de Santa Cruz do Sul. Com encontros semanais, possibilita aos interessados, independentemente da idade e da crença religiosa, momentos de conversa e a chance de buscar um tratamento mais amplo em clínicas parceiras: SOS Vidas, em Santo Ângelo; Centro de Reabilitação Nova Vida (Crenovi), em Santa Rosa; e Centro de Tratamento e Apoio a Dependentes Químicos (Cetrat), em Carazinho. E os resultados têm sido positivos.

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Integrante e orientador do grupo, Ivo Adiers explica que o dependente fica nove meses em um espaço dedicado à recuperação. “Esse período é totalmente gratuito. O único custo que o paciente tem é com material de higiene pessoal”, ressalta. Além do trabalho direcionado para que deixem o uso de drogas lícitas e ilícitas, eles também têm a oportunidade de participar de cursos de qualificação, em diferentes áreas. “Assim, há também a possibilidade de buscar uma colocação no mercado de trabalho.”

Após passar pela clínica, a indicação é que o paciente continue acompanhando as reuniões do grupo, que são realizadas entre 19h30 e 21 horas, na Igreja Batista, na Avenida Euclydes Kliemann, 54. Os orientadores desses encontros são qualificados por meio de cursos promovidos pela organização Cruz Azul. Assim que chegam no espaço, é feito o momento de louvor, seguido de orientação sobre dependência química. Depois, cada participante pode dar, por livre vontade, um depoimento. “A gente ri e chora junto. Geralmente, quem vai a primeira vez percebe que é interessante e acaba retornando”, conta Adiers.

Como funciona

O dependente, ao ter interesse em participar – o que só ocorre de forma espontânea –, deve comparecer às reuniões. Havendo a necessidade e a vontade, o paciente passa pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps), responsável pela emissão do atestado com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). No período de pandemia, é necessário o atestado de que não está com Covid-19.

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Enquanto o paciente está na clínica, os familiares participam das reuniões do GAF. “É preciso que a família acompanhe as reuniões para tratar sobre a codependência, porque é muito importante a forma como será recebido o paciente no retorno”, explica Ivo Adiers. Ele reforça que a coordenação do grupo, com representação da igreja, é do casal Alberto e Ana Ebert.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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