Polícia

IGP identifica vaias e pedido de “mais um” em show de Seu Jorge onde houve denúncia de racismo

A Seção de Perícias em Áudio e Imagem do IGP conseguiu identificar, nos sons proferidos ao fim do show do cantor Seu Jorge, em Porto Alegre, expressões que remetem a vaias e pedidos de ”mais um”. A perícia foi realizada a pedido da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, que investiga o crime de racismo que teria sido praticado contra o cantor, no espetáculo que ocorreu no clube Grêmio Náutico União, no dia 14 de outubro.

O trabalho exigiu dezenas de horas de escuta e a aplicação de diferentes técnicas para melhoramento do material. Usando softwares específicos para perícia, foram realizados vários procedimentos para reduzir ruídos e ajustar as frequências, até que os sons se tornassem compreensíveis. “Em um show existem muitos sons concorrentes, como pessoas falando, gritando e cantando, e tudo isso ao mesmo tempo. Isso é um desafio enorme para uma perícia em áudio” explica a perita criminal Carla Mena, responsável pelo laudo. 

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Conclusões

Dois arquivos de vídeos, totalizando 24 minutos, foram enviados para perícia no dia 26 de outubro. O trabalho se concentrou em dois trechos, de 34 e 49 segundos, captados ao fim do espetáculo. O trecho maior foi estendido, porque os peritos perceberam que havia continuidade nas emissões. Nos pontos analisados mais detidamente, o laudo aponta que é possível ouvir uma pluralidade de vozes com sons característicos de vaias.

“Verificamos que existe mais de um locutor emitindo sons correspondentes à vogal [u], não se tratando de uma única vogal sustentada, mas de várias emissões caracterizando vaias”, afirma o documento. Em outro trecho, a perícia encontrou, por sete vezes, a frase “mais um!”, também pronunciada por vários locutores.

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“Foi muito satisfatório chegar a essas conclusões, porque houve muito esforço para melhorar a qualidade do áudio a um patamar suficiente para a realização da perícia”, afirma a perita. O laudo pericial tem 18 páginas e foi entregue no dia 6 de dezembro.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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