Categories: Jaqueline Weigel

Ignorantes sem máscara

Fico encantada cada vez que vou para minha casa gaúcha, porque vejo o quanto a cidade evoluiu, as pessoas melhoraram em todos os aspectos e como o lugar tem se tornado cada vez mais prazeroso de visitar, estar e morar. Ao mesmo tempo, é impossível não observar gente na rua, nos elevadores, nas filas, sem cumprir as regras de uso de máscara, como se a pandemia já estivesse sob controle.

Na academia, oito dos dez alunos estavam com a máscara no queixo, sem nenhum cuidado com quem estava no mesmo ambiente. Professores que tentam fazer seu trabalho e manter o local seguro intervêm, mas desistem porque, segundo eles, “não adianta”

Solicitei para um senhor sisudo, que treinava a menos de um metro de distância de mim, para que ele colocasse a máscara, e a resposta foi: “Tu é do grupo de risco? Se for nem deveria estar aqui! Não te conheço, quem é tu para me dizer o que devo fazer? Só preciso usar máscara se estiver a menos de dois metros de alguém de um grupo de risco!”. Perplexa, decidi apenas responder educadamente: a regra é usar máscara, por favor, coloque a máscara. Em São Paulo acontece o mesmo. Infratores ainda se sentem no direito de palestrar com discursos recheados de argumentos idiotas. Covardes que desfilam pelas ruas impondo sua existência com arrogância, sem saber que arrogar é clamar um direito que não temos.

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A ignorância normalmente vem acompanhada da falta de educação, da falta de fineza no trato, e quando é confrontada, vira um show de palavras ofensivas e crenças ultrapassadas. “Cuida da tua vida” é um clássico. Estamos cuidando, e por isso, caros ignorantes, é preciso colocar a máscara ao sair de casa.

Não podemos mais nos calar para evitar conflitos. Não podemos mais assistir a comportamentos nocivos ao coletivo sem manifestação. É inaceitável conviver com pessoas de ego inflado e com adultos infantis.

Quem se exalta não tem argumentos. Quem desrespeita as regras e os outros nunca terá razão. A agressão e a grosseria só mostram o calibre da ignorância, e o atraso no jeito de pensar e viver. Só merece respeito quem é capaz de cumprir o dever, seguir regras e de respeitar o direito dos outros, que é exatamente onde o nosso direito individual termina.

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O mundo moderno exige das pessoas responsabilidade. A arrogância e o individualismo nos levaram a este status cultural de país atrasado e subdesenvolvido. Precisamos crescer. Use a máscara. Ela representa uma atitude digna de cidadania e respeito ao próximo. Ou fique em casa. 

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