Hoje, no Brasil, já seriam mais de 63 milhões de brasileiros com dívidas atrasadas, segundo levantamento dos Serviços de Proteção ao Crédito. Grande parte dessas pessoas endividadas também está com o CPF negativado. Aliás, pior que ter o CPF negativado é estar inadimplente, quer dizer, não ter condições de pagar suas contas com o que ganha ou porque simplesmente não tem mais salário ou renda.
Com relação a ter o nome inscrito em Serviços de Proteção ao Crédito – no popular, estar com o “nome sujo” -, talvez seja a solução para iniciar uma verdadeira faxina financeira. Não tendo mais crédito, o que pelo menos evita aumentar as dívidas, a pessoa deverá procurar a solução de seu problema em si mesma ou dentro de sua própria casa.
LEIA MAIS: Ter o nome sujo pode ser a solução?
Publicidade
Mas, o que parece ser um drama particular de cada indivíduo ou família é, na realidade, um problema que afeta a economia do Brasil como um todo. Quanto mais as pessoas ou famílias estiverem endividadas e até inadimplentes, menos elas podem comprar e contratar e, portanto, menos o comércio vende e menos a indústria produz. Como consequência óbvia, é menos gente empregada recebendo salário; assim, a roda da economia gira devagar, quase parando.
O que preocupa é que a demanda por produtos e serviços é um dos motores do crescimento econômico. Em 2017, depois do impeachment de Dilma, houve um ensaio de recuperação, mas que se perdeu. Com o novo governo, o discurso é de que, com a aprovação da Reforma da Previdência, o Brasil daria um salto na economia, do que muitos especialistas duvidam. Diante dessa situação, analistas reforçam a importância de medidas de estímulo, o que hoje é difícil por causa do quadro fiscal muito ruim que o país atravessa.
Além dessas questões, uma pesquisa realizada pela Standard & Poor, em 2014, com mais de 150 mil adultos ao redor do mundo, inclusive no Brasil, descobriu que a cada três pessoas, duas não possuem educação financeira. No geral, apenas 35% dos homens são educados financeiramente, contra 30% das mulheres, com o detalhe que elas tendem a ser mais honestas sobre seu nível de conhecimento; em algumas perguntas de finanças elas não enrolaram, simplesmente responderam “eu não sei”.
Publicidade
Outra descoberta da pesquisa é que muitos usuários de produtos financeiros, como contas bancárias e principalmente cartões de crédito, não possuem educação financeira. Segundo pesquisa do SPC Brasil, mais de 70% dos brasileiros não sabem quanto pagam pelas taxas de juros dos cartões de crédito. Mesmo assim, a maioria das pessoas avalia seu conhecimento em finanças “acima da média”. Evidentemente, a realidade não traduz isso; pelo contrário, o alto endividamento, indicando desconhecimento de noções básicas de finanças, é um risco de incorrer em graves problemas, podendo chegar à falência.
Apesar ou por causa desses problemas financeiros, muitas vezes permanentes, a maioria das pessoas alimenta o sonho de ter uma situação financeira mais folgada ou, pelo menos, mais equilibrada, o que possibilitaria usufruir de maior tranquilidade em outras áreas da vida, também. Para muita gente, a causa por não ter, ainda, realizado esse sonho seria o baixo salário, aposentadoria, pensão ou outra renda qualquer. Em alguns casos, isso é verdade. Entretanto, pesquisa da Serasa/Experian indica que a renda mais alta, por si só, não melhora o comportamento financeiro do brasileiro.
Muitas pessoas até conseguem, a duras penas, ter um equilíbrio financeiro, empatando receitas com despesas. Isso, entretanto, ainda não significa que elas sejam educadas financeiramente. A educação financeira vai muito além de saber fazer cálculos, pesquisar, utilizar planilhas, etc, o que apenas são técnicas descritas pelas finanças pessoais. A Educação Financeira é uma ciência humana que promove uma mudança de comportamentos, hábitos e costumes em relação ao dinheiro. O objetivo da educação financeira é a realização de sonhos e não o consumo imediatista.
Publicidade
Educação financeira também se aprende ou seria aquele tipo de conhecimento ou habilidade que alguns tem, outros não? Hoje, existem inúmeras iniciativas nessa área. São palestras, workshops, cursos, livros, artigos, programas de televisão e de rádio, sites de internet, além de instituições voltadas inteiramente a finanças pessoais ou, mais abrangentes, à educação financeira. É preciso dar o primeiro passo e buscar informações.
A DSOP Educação Financeira – www.dsop.com.br -, criada por Reinaldo Domingos – educador e terapeuta financeiro, autor de livros e empresário -, além de reconhecer a importância das finanças pessoais que trata de planilhas, noções básicas de matemática, pesquisa de preços, foca o comportamento que as pessoas tem com o dinheiro. Desenvolvida sobre 4 pilares – Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar – a metodologia da DSOP já foi adotada por diversas prefeituras, empresas (Magazine Luiza e Natura, por exemplo) e mais de 1.500 escolas públicas e privadas do Brasil que se anteciparam à Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef). O mentor da DSOP acredita que, com a implantação da metodologia nas escolas, prefeituras e empresas, além da adoção individual do programa, está contribuindo para uma mudança de comportamento das pessoas em relação ao uso e à administração de seus recursos financeiros e para a formação de uma sociedade mais consciente e sustentável. Educação Financeira é uma forma de exercer a cidadania.
Publicidade
This website uses cookies.