O campus do IFSul de Venâncio Aires vem sofrendo com a redução de recursos. Neste ano, foram cortados 7,32%. Com isso, todos os cursos são atingidos, pois a verba de custeio serve para manter o campus e as aulas funcionando. Além disso, o quadro de funcionários terceirizados também poderá ser afetado. Conforme o diretor-geral do IFSul de Venâncio Aires, Geovane Griesang, em abril deste ano o campus recebeu 100% do valor estimado no ano anterior. Assim, foram realizados os empenhos necessários para manter o campus, como pagamento de água, luz e telefone; e dos contratos que apoiam as atividades, como limpeza, manutenção e vigilância.
“Fizemos o dever de casa, mas em junho, o governo federal literalmente sacou da nossa conta 7,32% do total do recurso destinado a nós para 2022. O que nos obrigou a replanejar as compras para a manutenção das aulas práticas deste ano. Ou seja, não poderemos comprar vários itens mais básicos para a manutenção dessas aulas”, diz Griesang. Todos os cursos oferecidos pelo instituto são afetados.
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O diretor cita alguns impactos, como redução de materiais e falta de recursos para estagiários. “Não fizemos mais congressos, não poderemos fazer cursos de qualificação e atualização dos servidores, lembrando que a Nova Lei de Licitações está em vigência e não temos recursos para a formação dos servidores nessa área. Os colegas estão buscando por conta própria as atualizações profissionais.”
Griesang lembra que o IFSul chegou a enviar estudantes para os Estados Unidos e, atualmente, não é possível nem mesmo participar de feiras entre as outras unidades. “Não é apenas perda orçamentária, a qualificação dos servidores e principalmente dos estudantes que estão sendo prejudicadas, mas também a manutenção de toda a nossa área, prédios, salas, laboratórios, setores de convivência, entre outros. Impacta a compra de materiais para as aulas e a manutenção de nossos equipamentos, prédios”, frisa.
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De acordo com o diretor-geral, com 11 anos de existência, os materiais vão se desgastando e a redução de verbas resulta no sucateamento do local. “Já economizávamos antes dos cortes, estamos sempre tentando usar o recurso da melhor maneira possível, não temos mais de onde cortar. A adaptação é deixar de comprar, substituir itens, não conseguir realizar as práticas devido à falta de insumos, não conseguir comprar os materiais para as aulas.”
Diretor afirma que situação é preocupante
Geovane Griesang explica que o campus não recebeu investimentos em 2021 e 2022. “Nosso orçamento de custeio era de R$ 1.685.096,46. Com o corte de R$ 123.327,73, nos restou R$ 1.561.768,73.” Ele complementa que para 2023 também não há previsão de investimento. “De custeio, está sendo previsto um corte de 12,5% em cima do orçamento de 2022. Estamos em uma situação complicada, preocupante. Dessa forma, se isso se confirmar, não sabemos como vamos terminar o ano de 2023.”
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O corte no orçamento pode impactar o contrato dos terceirizados. Mais de 20 prestadores trabalham no campus. “Estamos fazendo todos os esforços necessários para que esses contratos não sejam afetados. Além de serem serviços essenciais para o funcionamento do campus, há pessoas que dependem desses pagamentos para viver”, observa.
Sem alternativas
O diretor-geral salienta que não há alternativas, já que o Instituto Federal depende da verba da União para manter os serviços. “O recurso institucional é determinado pelo Ministério da Educação (MEC), que anualmente envia os recursos para a manutenção dos institutos federais. Assim, é a política federal que determina a regularidade do envio e, principalmente, dos valores a serem enviados.”
Para Griesang, a situação poderá se reverter somente quando a sociedade entender a relevância do papel dos institutos federais. “Estamos trabalhando junto ao Congresso Nacional, com os deputados federais, para recompor esse orçamento. O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional (Conif) esteve em Brasília 15 dias atrás, tentando reaver esse corte.” Apesar de tudo, em setembro deste ano o IFSul de Venâncio inicia a obra da quadra poliesportiva, mas sem cobertura. “Em 11 anos de escola, ainda não temos ginásio. Conseguimos um recurso extra junto ao MEC para conseguirmos fazer essa quadra”, comenta.
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