A propósito da polêmica instauração do processo das fake news, dito em defesa do Supremo Tribunal Federal (STF), e patrocinado por Dias Toffoli e Alexandre Moraes, respectivamente presidente e ministro, lembrei que já havia tratado do tema. Em março de 2014!
Verdade que de lá para cá o nível de maldades e intrigas aumentou demasiado. Mas não é assunto novo. Desde então, quem utiliza e frequenta as redes sociais percebeu que há uma batalha aberta entre defensores de um governo e seus críticos. E não seria diferente em relação aos demais poderes, a exemplo do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
Quaisquer questionamentos aos seus representantes e suas práticas políticas, atos e obras públicas, verdadeiras ou não, merecem imediata contestação.
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Entre modestos cidadãos e simpatizantes, há, todavia, de modo crescente, a presença de “profissionais”, blogueiros patrocinados. Resulta disso uma virulência verbal que beira a insanidade, farta em atos de ofensas pessoais e distorção de dados e informações. Desde então, em todas as eleições, e nas próximas eleições também, as redes sociais se tornaram um campo minado e altamente explosivo.
Uma das explicações mais óbvias do fenômeno diz respeito aos níveis de utilização e audiência. Mais de 120 milhões de pessoas têm acesso à internet no Brasil. Em média, conectados por duas horas diárias.
Em contrapartida, a programação televisiva, leia-se horário políticoeleitoral, especialmente, tem apresentado quedas expressivas de audiência, embora mantidos os custos de produção.
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Consequentemente, os marqueteiros partidários estão permanentemente voltados ao assunto e dedicados a recrutar seus “guerrilheiros de ação digital”.
Na eleição de 2014, por exemplo, foi estimado que houve investimentos de mais de R$ 30 milhões e que foram mobilizados mais 100 mil ativistas e militantes digitais.
Esta é uma realidade irreversível. A internet e as redes sociais têm e terão uma influência absoluta e definitiva. Seja qual for o patamar eleitoral. Para o bem e para o mal.
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E continuará sendo meio de propagação de ações de informação e contrainformação, de fofocas e intrigas, de falsos dossiês, de destruição de reputações e currículos pessoais.
Com ou sem investigações, com ou sem leis restritivas, com ou sem limitações de compartilhamento, com ou sem robotização de disseminação, as redes sociais continuarão sendo um campo de guerra digital digno de uma batalha da idade média.
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