IBGE já recenseou 80% da população no Vale do Rio Pardo

O Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve se estender até dezembro. A estimativa é de que o País tenha mais de 215 milhões de habitantes, aumento aproximado de 10% em relação ao último levantamento, de 2010. Na zona do escritório do IBGE em Santa Cruz do Sul, que engloba 14 municípios, o trabalho já está 80% encaminhado, segundo o responsável pela coordenação do Censo na região, Luiz Eduardo Braga.

A previsão era de que a etapa de coleta estivesse finalizada até novembro, mas a dificuldade na contratação de pessoal para o trabalho acabou atrasando o cronograma. Os recenseadores irão visitar cerca de 75 milhões de domicílios em todo o Brasil, inclusive em áreas indígenas e de populações quilombolas.

“Tínhamos realmente a previsão inicial de três meses. Mas, em nível de Brasil, ficou bem claro desde o início que seria muito difícil cumprir essa meta, por uma única razão: a falta de pessoal”, disse o chefe do escritório local do IBGE em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9. Braga destacou que o IBGE trabalhava com um número de 180 mil recenseadores para executar o serviço, mas apenas 140 mil foram contratados. Atualmente, o contingente realizando os trabalhos nas ruas é inferior a 100 mil.

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“Em todas as localidades do País onde há necessidade de pessoal, semanalmente estamos com processo seletivo aberto para a pessoa poder se inscrever. O mínimo de escolaridade é o Ensino Fundamental e é preciso ter 18 anos, para que possamos treiná-lo e colocá-lo em campo”, explicou. “Muitas regiões aqui no Rio Grande do Sul estão com carência de recenseadores. Em Porto Alegre, conseguiram uma equipe que se deslocou à região da Serra para poder suprir as necessidades de cobertura nesses municípios.”

No Vale do Rio Pardo, ainda não é possível informar uma parcial sobre a quantidade de habitantes de cada município. Segundo o chefe do escritório do IBGE em Santa Cruz do Sul, os trabalhos na região já alcançaram 80% de sua totalidade. Dos 671 setores censitários com que o IBGE trabalha na região, em apenas 34 as ações não foram iniciadas.

“No município de Santa Cruz e em toda a nossa região temos um ritmo bom, embora enfrentemos algumas carências como em Albardão e outras localidades, em que estamos trazendo recenseadores.” Braga afirma que o trabalho de coleta deve ser concluído até o fim de novembro e o mês de dezembro será usado para as revisões. Até agora, 293 mil pessoas já foram recenseadas na região. No Brasil, esse número chegou a mais de 138 milhões até o momento, segundo o site do IBGE.

Famílias estão ficando menores

Uma das informações importantes que serão coletadas no Censo, que servirá de base para ações governamentais, é a diminuição das famílias e da população do campo na região do escritório do IBGE em Santa Cruz. Segundo Luiz Eduardo Braga, para o Rio Grande do Sul, a previsão é de que em 2029 a população de idosos já seja maior do que o número de habitantes com até 15 anos de idade. E a diminuição da população do Estado pode se iniciar já na década seguinte.

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A queda da população rural já é alvo de vários estudos. Em resumo, é um movimento que reflete no aumento da pobreza e piora na qualidade de vida nos grandes centros urbanos. Até agora, segundo Braga, o Censo aponta o aumento do número de domicílios na região, muitos deles sem habitantes.
“O que constatamos é o crescimento físico das cidades, principalmente uma cidade-polo regional como Santa Cruz. Ainda não podemos falar em número de habitantes, mas no crescimento físico observamos a divisão da família, como o filho solteiro que tem sua casa ou apartamento”, disse. “O número de moradores por domicílio reduziu sensivelmente, isso em todos os municípios. Onde moravam três, quatro pessoas, moram uma ou duas.” Ele informou que muitos municípios essencialmente rurais da região podem ter surpresas na constatação do seu novo número de habitantes.

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