A greve de caminhoneiros deve impactar o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do ano, mas ainda não é possível precisar o tamanho da repercussão da paralisação sobre a atividade econômica, afirmou Roberto Olinto, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A preocupação atual do instituto é com possíveis reflexos sobre a coleta de dados para as pesquisas conjunturais. Segundo ele, é preciso observar se o impacto aparecerá nos preços, no comércio, na produção, se houve perda de mercadoria no momento da parada, se houve recuperação ou estabilização quando terminada a greve.
“Se o impacto é de mais longo prazo ou mais curto prazo, é isso que a gente está observando. Nossa preocupação é não perder coleta de informação”, afirmou Olinto. Ele criticou algumas tentativas de analistas de mensurar as consequências da greve sobre o resultado do PIB do País.
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O presidente do instituto, ex-coordenador de Contas Nacionais, disse ser impossível fazer projeções. Para ele, será preciso acompanhar o dia a dia da economia para saber a profundidade do impacto da paralisação.
“O que é inegável é que a gente teve crise de oferta, a gente está vivendo um semestre eleitoral que traz uma série de instabilidades, mas também uma série de previsões. Então o nosso cuidado com a informação tem que ser redobrado. Nossa preocupação com a narrativa da informação tem que ser redobrada. Com a greve de caminhoneiros e as pesquisas eleitorais, a construção de análise da informação aumenta”, afirmou Olinto.
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Projeções
Nesta segunda, a pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostrou queda na projeção do PIB de 2018 para 1,94%, ante 2,18% na semana anterior. Pela primeira vez em 18 semanas, o mercado reduziu também a projeção para 2019, de 3% para 2,80%.
A equipe econômica do governo federal considera provável que os impactos negativos diretos da paralisação dos caminhoneiros sobre a atividade econômica fiquem na casa dos R$ 15 bilhões (ou 0,2% do Produto Interno Bruto, aproximadamente). O número foi exposto nesta segunda-feira na reunião do Prisma Fiscal, encontro trimestral entre membros da Fazenda e economistas do setor privado, na sede do ministério em São Paulo.
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