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Humildade, por favor!

Trabalhei como repórter de rádio e de jornal por muitos anos. Foram experiências que recolhi na labuta diária em veículos do interior e de Porto Alegre. Outra parcela da minha vida profissional foi ocupada no exercício da atividade como assessor de comunicação, função que ocupo atualmente. Essa diversidade de atividades permitiu aprender muito sobre relacionamento humano. Viabilizou, também, conhecer muitas pessoas que ocuparam cargos de relevo. Isso, no entanto, não impediu que alguns virassem amigos, com quem mantenho uma relação fraterna até hoje.

O principal aprendizado nestas mais de quatro décadas de jornalismo se refere à importância da humildade, atributo indispensável para o desempenho de qualquer profissão. Muitos colegas da mídia incorrem em um erro que foi turbinado pela onipresença das redes sociais. Muitos, por exemplo, na atividade de assessor de imprensa, se confundem com o assessorado, buscando brilho pessoal quando a boa prática recomenda o contrário: discrição e pouca visibilidade. Outros, na função exercida em veículos, buscam um destaque maior que o dispensado aos personagens e às próprias notícias, consagrando um equívoco arrogante.

O fenômeno mundial da pandemia impôs ao público leitor, telespectador, ouvinte ou internauta comportamentos arrogantes em que jornalistas se arrogaram a pecha de especialistas. Foram manifestações ideológicas ou de viés político que comprometeram a isenção, objetivo a ser diuturnamente perseguido por qualquer jornalista. Ao longo dos últimos dois anos, a informação foi engolida pela opinião, o que resulta no fenômeno da manipulação. Oferecer ao público sempre ponto e contraponto compõe o verdadeiro conceito de jornalismo. Essa postura exibicionista, porém, não se verificou somente na cobertura da Covid. A soberba se repete agora no noticiário diário da invasão da Rússia à Ucrânia.

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Humildade é uma ferramenta indispensável ao cotidiano de todos, não importa a profissão. Neste mundo de ostentação, trata-se de uma qualidade praticamente “fora de moda”. Afinal, para a maioria das pessoas, é impossível resistir à tentação de postar imagens do carro ou da casa recém-adquiridos ou exibir os lugares “descolados” que frequenta ou, ainda, exibir os amigos que são todos bonitos e felizes.

A larga experiência de repórter e assessor ensinou que grandes homens e mulheres geralmente são seres humanos modestos, humildes e acessíveis. Mas pessoas que cercam esses personagens, no entanto, muitas vezes forjam uma imagem muito diferente, impondo barreiras ou “vendendo” uma postura que não corresponde à realidade. A predominância da tecnologia em detrimento, por exemplo, da leitura de bons livros se consolida junto à nova geração que vai comandar o país e o mundo ali adiante.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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