A partir do próximo dia 20, o Hospitalzinho vai mudar seu horário de pronto-atendimento à população. Às 23h as atividades serão interrompidas, retornando normalmente no dia seguinte, às 7 horas. A medida visa adequar a prestação dos serviços à real demanda da casa de saúde. Após a meia-noite a procura cai significativamente e a média não ultrapassa um paciente por hora, o que eleva demais o custo per capita para a instituição, cem por cento mantida com recursos do município.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Renice Vaccari, com a alteração de horário, os casos de urgência e emergência deverão se dirigir à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Esmeralda, que também apresenta baixa procura e precisa atender um mínimo previsto pelo Ministério da Saúde para garantir o repasse de recursos federais para sua manutenção. “É mais que uma medida de economia, nós precisamos reduzir o custeio para poder utilizar esses recursos e manter a qualidade dos serviços em outras áreas da saúde pública. Se não cortarmos aqui teremos que cortar em outro lugar”, explicou.
A interrupção das atividades, entre 23h e 7h, em nada vai mudar a qualidade da saúde pública em Santa Cruz do Sul, conforme a secretária. Segundo ela, os dois plantões 24 horas – a UPA do Esmeralda, com capacidade para atender até 100 mil pessoas segundo portaria do Ministério da Saúde e mais o PA do Hospital Santa Cruz – são suficientes para suprir a população do município, que hoje beira os 127 mil habitantes.
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E para evitar uma possível preocupação das pessoas com a chegada do inverno, os gráficos da Secretaria Municipal de Saúde comprovam que nem mesmo nesta época do ano, cuja incidência de doenças respiratórias cresce, a procura aumenta durante a madrugada. Em 2016 ela foi até menor. O maior volume de atendimentos ocorre até as 21 horas. “Esses casos podem ser tranquilamente absorvidos pela rede de atenção básica”, argumentou a secretária.
Em 2016 foram registrados no Hospitalzinho 33.831 atendimentos com classificação de risco, sendo 31.610 de baixa complexidade e apenas 147 de emergência. “É muita oferta de serviço de pronto-atendimento em urgência e emergência para pouca demanda”, afirmou a secretária. Com a adoção da medida, estima-se que em 12 meses haja uma redução de R$ 1,7 milhão no custeio da instituição. “São ajustes internos que em nada mudam a qualidade do atendimento, mas são o reflexo da falta de recursos e precisam ser feitos para que não tenhamos que cortar , por exemplo, no atendimento hospitalar”, observou.
A mudança não atinge o atendimento pediátrico, que segue normalmente com o plantão, no período das 17h às 23h, de domingo a domingo. Também havendo casos de urgência e emergência, é possível acionar o Samu, que através da Central de Regulação, avalia a situação e julgando-a procedente, encaminha uma unidade de suporte avançado ou uma unidade de suporte básico para atender o paciente.
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