No início de abril, Venâncio Aires registrou um aumento de 45% nos atendimentos da rede pública de saúde. Demandas reprimidas por causa da pandemia e a ampliação na oferta dos serviços ocasionaram maior procura por parte da população. Esse percentual é referente à comparação do período de 1° de janeiro a 8 de abril deste ano com relação a 2021. Na última quinta-feira, 28 de abril, o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) divulgou em nota que todos os setores de internação estão com ocupação máxima.
O município registrou uma elevação pontual nos casos de contaminação por dengue nas últimas semanas, assim como em outras cidades da região. Segundo o administrador do hospital, Luís Fernando Siqueira, a alta de internações não está necessariamente ligada aos casos de contágio pelo Aedes aegypti. “Não identificamos uma doença específica ou perfil epidemiológico. Temos um surto de dengue, mas os internados não são exclusivamente por isso. Casos de traumas por acidentes e AVCs tiveram acréscimo. E além disso, problemas respiratórios, principalmente em crianças, aumentaram.”
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Cirurgias de menor complexidade que deveriam ser realizadas e foram adiadas por conta da Covid-19 são retomadas aos poucos. Portanto, também há grande acréscimo nesse quesito, explica Siqueira. Algumas medidas paliativas foram tomadas ao longo da semana. Na ala SUS, cirurgias eletivas foram remarcadas. Já os pacientes que têm convênios e necessitam de internação tiveram duas opções: aguardar no pronto atendimento ou aceitar um quarto mais simples do que o plano cobre.
Segundo o administrador do hospital, não há previsão de normalização. “Nosso temor é de que, com a chegada do frio, essa condição impacte ainda mais. Estamos olhando a estrutura interna e analisando o que será feito, para que tenhamos condições de atender esse possível aumento.” O hospital de Venâncio Aires havia fechado uma das alas por falta de atividade. Conforme o administrador, se for necessário, ela será reaberta. “Vamos analisar se esta alta se mantém. Se continuar, espaços anteriormente fechados serão reabertos”, explica.
Outro ponto que preocupa é o alargamento nos atendimentos pediátricos, que não é uma característica percebida apenas no município. Essa condição pode estar relacionada à volta do convívio entre as crianças; afinal, durante quase dois anos houve isolamento. “Nossas crianças estão trocando ‘bichinhos’ que há dois anos não faziam, por conta das restrições”, salienta Siqueira.
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Dos 120 leitos do HSSM, 105 estão preenchidos. Alguns, que têm capacidade para até duas pessoas, não necessariamente serão usados para acomodar uma dupla. “Há muitos alojados em isolamento. Se um paciente está em cômodo semiprivativo – ou seja, que contém duas camas –, mas por causa da doença contagiosa precisa ficar sozinho, o outro espaço será bloqueado para uso”, diz Siqueira. Questões como necessidades assistenciais e separação por gênero também são condições que agravam a situação. Segundo o administrador, cerca de 80% dos leitos estão preenchidos e outros 15% estão cheios por causa do isolamento ou se encontram bloqueados. Já os 5% remanescentes são apartamentos da maternidade que estão disponíveis.
A orientação é de que os venâncio-airenses acompanhem as redes sociais do hospital. Ali são repassadas informações para a população. “Precisamos lembrar que os profissionais que trabalham neste momento são os mesmos que a comunidade denominou como heróis durante a pandemia. Talvez haja demora nos atendimentos, mas são circunstanciais. Por isso, pedimos a compreensão da comunidade”, explica o gestor.
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