O Hospital Santa Cruz (HSC) fechou o ano de 2015 com cerca de R$ 19 milhões de prejuízo. Somando os valores dos anos anteriores, o déficit chega a R$ 80 milhões. Em entrevista à Rádio Gazeta, o diretor-financeiro da instituição, Egardo Orlando Kuentzer, avaliou a situação como “bastante crítica”. Segundo ele, a casa de saúde está buscando alternativas para mudar este cenário.
Entre as medidas de economicidade que estão sendo avaliadas pela diretoria da instituição, está a reestruturação no quadro de funcionários, revisão dos horários de funcionamento de alguns serviços, além de redução de custos com energia e gases medicinais. “Estamos tentando nos manter com o padrão de qualidade que a gente preconiza”, ressalta Kuentzer.
Entre as razões apontadas para o déficit, está a defasagem na tabela SUS. Segundo o diretor, os valores dos serviços realizados pelo Sistema Único de Saúde não são reajustados há mais de 20 anos, o que representa cerca de 150% de defasagem. “Isso faz com que ano após ano o nosso prejuízo aumente”, explicou Kuentzer, alegando que cerca de 85% dos atendimentos realizados no HSC são pelo SUS.
Publicidade
No que diz respeito aos valores repassados pelo Estado, o Hospital recebeu os incentivos referentes a outubro no início de janeiro. Já os valores de novembro e dezembro ainda estão em aberto. Segundo o diretor, a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul trabalha para que o restante dos pagamentos sejam realizados ainda neste primeiro mês do ano, no entanto, as expectativas não são favoráveis. “A notícia que se tem é quem em janeiro não haverá repasse desses valores”, projeta.
Na semana passada, a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul divulgou uma pesquisa que aponta que as dívidas acumuladas pelas 245 casas de saúde sem fins lucrativos do Estado alcançaram um valor histórico de R$ 1,4 bilhões. Segundo o levantamento, em 2015 foram registradas 4 mil demissões e 11 mil leitos fechados.
Publicidade
This website uses cookies.