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Hospital Santa Cruz atinge 100% de ocupação da UTI para Covid

O rápido avanço da pandemia nas últimas semanas está trazendo uma situação que era temida por governos e autoridades de saúde: a falta de leitos de UTI adulto para receber os pacientes que necessitam de internação por conta da doença. Nos hospitais do Vale do Rio Pardo a lotação está em torno de 80% e, em consequência disso e da crescente demanda, algumas instituições estão cancelando cirurgias eletivas e outros procedimentos, destinando os recursos e esforços para o atendimento da Covid-19.

Em entrevista à Rádio Gazeta, o diretor-geral do Hospital Santa Cruz (HSC), Vilmar Thomé, informou que nessa quarta-feira, 9, a instituição atingiu o seu limite, com 100% dos leitos de UTI Covid adulto ocupados, e a situação é semelhante em vários outros hospitais da região e do Estado. Thomé explicou que, havendo demanda para novas internações, os pacientes são cadastrados no Sistema de Gerenciamento de Internações (Gerint) e podem ser transferidos para qualquer outro hospital do Rio Grande do Sul onde haja leito exclusivo para Covid-19 disponível.

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O diretor salientou, ainda, a rotina desgastante que vivem os profissionais da linha de frente, passados nove meses desde o início da pandemia. Segundo ele, o planejamento é feito dia a dia, pois não existem funcionários “sobrando”. Há também a questão financeira delicada que vive boa parte dos hospitais públicos e filantrópicos. “Em todos existe a mesma situação, uma procura muito grande por consultas, um número de internados clínicos e nos leitos de UTI que cresceu muito de novembro para cá.”

Ao comentar sobre o contexto da pandemia enquanto diretor de um hospital de grande porte, Thomé afirmou que é o pior cenário desde março, não só na região, mas de forma geral. Ele lembrou que a gestão das UTIs é estadual. “Então, se nós temos o Estado inteiro em bandeira vermelha, significa que todas as UTIs do Rio Grande do Sul estão comprometidas em grau máximo ou próximo do máximo”, alertou. Na próxima segunda-feira o HSC deve disponibilizar mais cinco leitos para suprir a demanda.

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Vale ressaltar que os internados nos leitos de UTI não são apenas santa-cruzenses, existem pessoas transferidas de outras cidades e regiões do Estado. Conforme explicou o diretor-geral do HSC, Vilmar Thomé, quando um paciente necessita de internação e o município não possui mais vagas, essa pessoa é cadastrada em um sistema estadual e pode ser encaminhada para qualquer hospital do Rio Grande do Sul. A gestão dos leitos de UTI é uma responsabilidade exclusiva do governo do Estado, não há interferência das instituições e prefeituras.

Além do HSC, o Hospital Ana Nery registra 58% de ocupação e cinco santa-cruzenses estão internados. Em Venâncio Aires, no Hospital São Sebastião Mártir, a lotação está em 77%, com todos os leitos exclusivos ocupados. Na macrorregião a situação é ainda pior: no Hospital de Caridade e Beneficência de Cachoeira do Sul todas as vagas também estão ocupadas, tanto na UTI convencional quanto na exclusiva para Covid-19. Em Lajeado, no Hospital Bruno Born, a lotação está em 93%.

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