Os 40 principais hospitais que atendem pelo Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (IPE Saúde) anunciaram nessa semana que podem rescindir contratos com a autarquia. Da região do Vale do Rio Pardo, integram a lista o Hospital São Sebastião Mártir, de Venâncio Aires, e o Hospital Santa Bárbara, de Encruzilhada do Sul.
Em uma reunião no último dia 15 de março, a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul e a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul) comunicaram sobre a possibilidade de rescisão. As federações salientam que a medida é resultado de problemas históricos na gestão no IPE, “agravados por constantes atrasos nos pagamentos, pela falta de reajustes e mais recentemente, pela imposição de uma Tabela Própria de Remuneração, sem o devido debate com os prestadores”.
O administrador do Hospital Santa Bárbara, Celso Teixeira, também membro da diretoria da Federação das Santas Casas, afirmou que a situação está complicada. “Só para se ter uma ideia, semana passada recebemos uma conta ambulatorial de março do ano passado. É impossível continuar com todo esse atraso. O número de pacientes continua e não podemos deixar de receber nossos valores, temos nossos custos a pagar.”
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Ele explicou que o atraso médio de pagamentos pelo IPE na parte ambulatorial é de 187 dias e na internação passa de três meses. Segundo Teixeira, são cerca de 40 internações mensais pelo IPE, 150 exames de imagem, em torno de 20 pequenos procedimentos no ambulatório e quase cem na emergência. “O IPE já representou 25% do nosso faturamento, e hoje está em torno de 15%. Precisamos da recomposição das tabelas.”
O Hospital São Sebastião Mártir, de Venâncio Aires, está ciente de que se encontra na lista dos 40 hospitais citados pelas federações. Porém, ainda não emitiu posicionamento sobre o assunto devido à agenda da administração.
Em nota, o IPE alegou que vem adotando “medidas de reestruturação compatíveis à necessidade de sustentabilidade financeira que deve nortear toda boa gestão”. A autarquia também frisou que os estudos técnicos, feitos em parceria com o setor da saúde, têm sido pautados por transparência e diálogo, e que somente dessa forma tem sido possível obter avanços importantes, com agendas que incluem as federações e outras entidades.
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No comunicado, o IPE disse ainda que realizou uma reunião “em que novamente se reforçou o interesse da instituição em manter o espaço para ouvir as principais dificuldades do setor”. O IPE informou que está sensível às demandas, mas é necessário adotar medidas relevantes que sinalizem a construção de um cenário favorável à transformação. “O plano de reequilíbrio econômico-financeiro permitirá o equacionamento do passivo histórico, agravado pelas recentes condições da pandemia do coronavírus, bem como a construção de um cenário que permitirá dar previsibilidade nos pagamentos aos prestadores”, enfatizou o esclarecimento.
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