Entidade comprometida com a inclusão, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Sobradinho, busca integrar nas atividades desenvolvidas, não apenas os alunos frequentadores, mas também a comunidade, que costuma contribuir com a causa. Nesse sentido, diversas ações são realizadas ao longo do ano. A mais recente delas, ainda em fase de desenvolvimento, tem como objetivo proporcionar benefícios à saúde, através de velhos conhecidos: os chás.
Além da bebida ser companhia para hábitos como a leitura, os chás possuem propriedades medicinais que contribuem com o funcionamento do corpo humano, devendo, claro, ser consumidos em quantidade recomendada. Segundo a coordenadora da atividade, a educadora especial Caroline Fardin, a ideia, além de envolver os frequentadores da Apae e as famílias, é levar isso também para a comunidade. “O chá é cultural e é medicinal. A Beth, da Emater, nossa parceira há tempo, trouxe essa ideia dos chás, quando fomos realizando algumas oficinas, mas não chegamos a cultivar uma horta. Neste ano alguns colegas fizeram um cantinho de chás, que se chama Cantinho dos Aromas, em razão de um projeto com autistas. Foi aí que pensei que seria algo legal para dar seguimento e incluir meus alunos, que são do Grupo de Convivência, e possuem atividades específicas ligadas a momentos de interação”, destacou.
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Algumas atividades domiciliares com os participantes do grupo (adultos e idosos), foram desenvolvidas com chás e temperos em pequenas hortas na casa deles. “Em uma dessas entregas de atividades, na casa da aluna Paula, o irmão dela comentou que trabalhava com chás em uma cooperativa, em um formato diferente, o de Relógio do Corpo Humano, uma espécie de horto medicinal”, explicou a educadora, sobre como surgiu a ideia para os canteiros.
Foi dessa ideia que nasceu o projeto, com formato de relógio e os órgãos que representam cada horário. Primeiro foi delimitado o espaço, feita a construção dos canteiros, preenchidos com terra, para, na próxima etapa, receberem as mudas e as descrições em plaquinhas explicativas. Mas, antes de tudo isso, integrantes da Apae foram em busca de mais conhecimento sobre as propriedades das plantas e os cuidados necessários. “Fomos até Paraíso do Sul, na casa da Rosieli, que nos recebeu muito bem e havia escrito um artigo sobre estas plantas. Ela nos explicou sobre os chás, plantio, nos forneceu mudas também. Viemos com mais informações. Ela se tornou nosso ponto de referência”, ressaltou Caroline, que segue estudando sobre o vasto universo dos chás e temperos, benefícios e formas de uso.
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Conforme o presidente da Apae, João Antônio Cides, agregado ao projeto dos chás também haverá a comercialização de sal temperado com ervas aromáticas que serão plantadas no espaço. “Queremos que a população venha nos visitar, tenham essa curiosidade sobre os chás. O que não soubermos, vamos buscar”, frisou ele, estendendo o convite para os conhecedores das plantas, com ênfase nas pessoas de mais idade, contribuírem com o conhecimento que costuma ser passado entre gerações.
O formato do horto medicinal é o que chama atenção. Para cada horário do relógio um órgão está representado, com base na medicina oriental. “De acordo com pesquisas, cada órgão tem seu ápice de funcionamento em um determinado horário do dia. Como os chás costumam ter várias funções, foram escolhidos aqueles que tem a função mais específica para aquele órgão, podendo contribuir com outros, mas sendo mais indicado para tal”, explicou a educadora. Cada horário terá uma placa explicativa, para quem ali chegar, saber se orientar. “Vai saber o horário, o órgão e o chazinho ideal”, acrescentou.
A ideia inicial, conforme a educadora, é realizar a secagem das plantas para fazer a distribuição às famílias dos alunos atendidos pela Apae e, em breve, disponibilizar também para venda. “A sala da professora foi reformada, adaptada para oportunizar que os chás sejam comercializados. A Apae vai ter estes produtos agregados, os chás e o sal temperado. Para isso estamos buscando conhecimento, informações”, destacou Cides.
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