Categories: Francisco Teloeken

Hora de repensar as despesas de casa

Os impactos do novo coronavírus não se restringem só ao âmbito da saúde, com o surgimento de uma nova doença, bastante letal, embora muitas pessoas digam tratar-se de manipulação de dados. Afinal, todos vamos morrer algum dia.

Desde que os primeiros casos foram notificados no Brasil, a economia começou a sentir os reflexos da pandemia. De uma semana para outra, nossa vida mudou: além da bolsa de valores brasileira que despencou e o dólar que bateu recordes, situações que não interessam à maioria da população, o isolamento social para combater a pandemia do coronavírus,  recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde do Brasil, e adotado por vários governadores de Estados do Brasil, a despeito da pregação contrária do presidente Bolsonaro, fizeram com que os brasileiros tivessem que reinventar seu comportamento em relação ao trabalho, ao consumo de produtos e serviços e à convivência familiar mais intensiva.

Como consequência imediata da permanência das pessoas em casa, por causa do isolamento social, há o aumento das contas de água, luz e gás, além de mantimentos. As pessoas estão sensíveis e buscam encontrar momentos de segurança e prazer. Só que a partir do estresse, da ansiedade, do sofrimento emocional e também, em casos mais agudos, do desespero com as finanças, aparecem os distúrbios financeiros. As pessoas acabam gastando mais, com a facilidade das compras online, inclusive de comidas, o que acrescenta alguns quilinhos, não só no corpo mas, também, nas faturas do cartão de crédito. 

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Habitualmente, as pessoas já cometem erros na organização e condução de suas finanças, o que, em tempos de crise, como a atual, pode piorar. Os principais erros são:

1. Não assumir que estão endividadas – tem quem só trabalha para pagar dívidas e quem nem consegue pagá-las;

2. Não controlar os gastos, muito menos poupar uma parte;

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3. Usar o cartão de crédito como extensão da renda.

Numa situação dessas, ainda mais em tempos de crise, não dá para ficar parado: é preciso fazer alguma coisa porque continuaremos tendo gastos que, como dito anteriormente, até aumentam de valor. 

Por isso, o tempo de quarentena deve ser aproveitado também para analisar como andam as finanças pessoais e familiares. O primeiro passo é fazer um diagnóstico da situação financeira atual. Na metodologia da DSOP Educação Financeira, o diagnóstico é realizado com base na anotação de todos os gastos, durante 30 dias, se tiver renda fixa, ou durante 90 dias, se a renda for variável.

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Neste momento, entretanto, o diagnóstico é feito em cima da situação financeira atual, levantando:

1º – Dívidas já existentes – tipos (se o não pagamento no vencimento, por exemplo, pode ter consequências mais sérias, como a perda do bem), juros (mais ou menos elevados); 

2º – Do quanto precisa gastar para atender às necessidades básicas nos próximos 30, 60, 90 dias, identificando cada despesa (habitação, mercado, etc). 

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De posse desse diagnóstico, elabora-se um orçamento. Aqui, já será possível prever se no final do mês vai faltar ou sobrar dinheiro: é o momento, então, de remanejar, substituir ou eliminar despesas. Pesquisas mostram que com esta simples providência é possível reduzir o valor total das despesas de 20% a 30%, sem qualquer perda no padrão de vida familiar ou pessoal. 

De forma bem abrangente, a assessora de investimentos, Luciana Ilkedo, relaciona algumas dicas práticas que podem ser aplicadas no dia a dia, em qualquer tempo:

1. Nas contas de consumo: analisar as contas de água, internet, luz, telefone, etc; evitar banhos demorados, equipamentos ligados na tomada sem necessidade, lâmpadas acesas; juntar as roupas para lavar uma vez por semana, etc; 

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2. Na alimentação: priorizar alimentação feita em casa e planejar-se para isso; por enquanto, não existe crise de abastecimento, não sendo necessário fazer estoques de produtos que podem estragar ou perder a data de validade;

3. Nas dívidas: para quem paga aluguel, procurar o locatário para negociar algum valor; para quem possui financiamentos imobiliários, de carros, de lojas, etc, entrar em contato com os credores, tentando obter pelo menos uma pausa nos pagamentos;

4. Na renda: quem estiver com a renda comprometida, por redução de jornada ou demissão, é hora de procurar alternativas de renda; tem pessoas que, com base em suas competências e habilidades, descobriram novas atividades para gerar renda;

5. Reserva para imprevistos: quem já a tiver, certamente vai usá-la neste momento, afinal é para isso que ela é constituída; quem ainda não tiver essa reserva, é hora de começar, mesmo num momento de escassez como esse.  

Para a maioria de nós, a crise da pandemia do coronavírus nos lembra, apesar de toda a tecnologia de que dispomos hoje, da nossa fragilidade física, e também o quanto ela prejudica a segurança econômica, lança rotinas diárias de pernas para o ar, destrói planos e nos isola de parentes, vizinhos, colegas, amigos.

Neste caos, pode ser o momento para pensar num estilo de vida slow living em que menos pode ser mais, desacelerando o ritmo, aproveitando mais o tempo, repensando as necessidades, cuidando mais da família, entendendo mais sobre finanças e lidando melhor com os desafios que nos esperam.

A educação financeira que, para muitas pessoas, se resume a usar uma planilha de controle financeiro, realizar pesquisas de preços, saber fazer alguns cálculos e conseguir guardar dinheiro, na verdade é uma ciência comportamental. No dia a dia, nem todos os problemas são causados pela pessoa ou sua família, como mostra a pandemia do coronavírus.

No entanto, o comportamento diante dessa realidade, expresso através de hábitos e costumes, é uma escolha pessoal e familiar e vai definir como vamos seguir daqui para frente. Pesquisa já constatou que, passada essa crise, 88,4% dos brasileiros pretendem comprar menos por impulso. 

 

Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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