Preso ontem pela Polícia Federal durante a Operação Métis, Pedro Ricardo Araújo de Carvalho, conhecido no Senado como “Pedrão”, comanda a Polícia Legislativa há 11 anos e é considerado homem de confiança do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Funcionário de carreira, Pedro Ricardo é apontado pelo Ministério Público como o principal responsável pela atuação da polícia da Casa em obstrução às investigações da Operação Lava Jato contra senadores.
Na decisão que autoriza a operação, o juiz aponta o diretor como “principal responsável pelas condutas e autor das ordens aos demais membros”. Para ele, o grupo formou uma “associação criminosa”.
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Renan nomeou Pedro Ricardo para a diretoria da Polícia do Senado em 2005. Ele ocupou o cargo também durante a presidência de José Sarney (PMDB-AP), entre 2009 e 2012, atuando próximo aos caciques peemedebistas. A Secretaria de Polícia responde diretamente à Mesa Diretora do Senado, coordenada pelo presidente da Casa.
Na gestão de Pedro Ricardo, uma norma da Mesa Diretora modificou a Secretaria de Polícia, criando novos departamentos, como a Subsecretaria de Polícia Judiciária, que tem serviço de investigação, vigilância e captura. Com isso, a instituição começou a se aparelhar para atuar na proteção de senadores também fora do Senado. De acordo com as competências do órgão, endereços dos parlamentares em outros Estados são de responsabilidade do Senado.
Apreensão
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Em 2011, Pedro Ricardo também solicitou a compra de equipamentos de rastreamento, alegando que o aparato da Polícia do Senado estava defasado. O kit continha rastreadores de grampo telefônico e câmeras-sonda, para visualização em locais de difícil acesso. Os equipamentos foram apreendidos.
A operação foi batizada de Métis, em referência “à deusa da proteção”, “capaz de antever acontecimentos”.
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