Em sessão do tribunal do júri realizada no Fórum de Vera Cruz nessa segunda-feira, 26, Arnoldo Schwantes, de 56 anos, foi condenado a 30 anos, dois meses e 20 dias de reclusão e dois meses de detenção, por ser autor do assassinato de seu cunhado Nilson Blank, 51 anos, e da tentativa de homicídio de sua esposa, Norma Schwantes, 59. O julgamento iniciou por volta das 10 horas e terminou às 18h30. O caso aconteceu no dia 2 de abril de 2023, às 19h45, em uma propriedade de Linha Trombudo, interior de Vale do Sol.
Primeiro a prestar depoimento, o policial militar Jeferson Daniel da Silveira, de 32 anos, detalhou a abordagem que resultou na prisão de Arnoldo. Ele explicou que o réu aparentava estar muito embriagado, com falas desconexas, e só parou de tentar investir contra a guarnição quando houve o disparo de arma letal. O PM disse que Arnoldo chegou a vomitar dentro da viatura após a captura.
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Na sequência, foi a vez de a agricultora Norma prestar seu depoimento. Ela mostrou as partes do corpo onde sofreu as facadas de seu marido, e relatou sequelas que ainda tem em alguns movimentos das mãos. Ela chegou a correr risco de morte e ficou internada na UTI de um hospital de Canoas, para onde foi transferida devido ao quadro clínico grave.
Sobre o dia dos fatos, Norma disse que seu marido começou a beber em casa e saiu à tarde. Quando voltou, encontrou-a e a puxou pelos cabelos, desferindo ainda um chute. Agredida, a vítima foi até a casa do irmão Nilson, que sempre lhe dava abrigo quando havia atritos entre o casal. No entanto, Arnoldo teria ido atrás e ordenado que ela voltasse para casa, o que foi obedecido pela mulher.
Já no imóvel do casal, ela teria sentado no sofá para assistir televisão. “Foi quando ele disse ‘agora ninguém vai olhar TV’, e logo depois disse que ia me matar. Fugi dali de novo para a casa do meu irmão”, contou a mulher ao juiz Guilherme Roberto Jasper. Depois o homem teria ido novamente à casa do cunhado, onde aconteceram os crimes. Ainda no depoimento da vítima, ela contou que em outras oportunidades já havia sido agredida pelo marido, e chegou a denunciá-lo.
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“Em outro dia, estávamos na casa de um conhecido e ele reclamou que eu estava sentada só com mulheres. Outra vez me agrediu com uma cadeira. Ele também já me deu um soco por ter esquecido de tirar um terneiro de perto da vaca”, contou Norma, que trabalhava com o marido na agricultura. Perguntada pelo assistente de acusação, o advogado Marlon Müller, por que nunca quis se separar diante de tantas agressões, ela disse que não fez isso por medo que Arnoldo tentasse algo contra sua família.
Em seu depoimento, o réu alegou que sofria traições de Norma, e disse em algumas oportunidades que iria embora, mas ela e familiares sempre lhe pediam para ficar. No dia dos fatos, teve medo que o cunhado lhe desferisse disparos de uma arma de fogo, pois Nilson possuía uma espingarda calibre 28 em casa e teria lhe dito “se tu sair daqui, não vai levar nada, só um tiro nos ‘corno’”. Por isso o esfaqueou. Afirmou ainda que sua esposa acabou sofrendo golpes quando tentou lhe tirar a faca.
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