A pandemia de Covid-19 levou muitas pessoas a trabalharem em casa, em home office. No passado, essa modalidade já existia, mas sem o conforto que a internet proporciona hoje. A atividade era oferecida por algumas empresas de Santa Cruz e ajudava na renda de muitas famílias. Para as indústrias também era bom, pois contratavam com custos menores.
As fábricas Berbau, Sulina e Ammon, por exemplo, tinham pessoas de confiança que enrolavam balas em casa, manualmente. Elas entregavam nas residências quilos do produto e papel. Pronto o serviço, os doces eram devolvidos e o pagamento efetuado. Geralmente, mulheres e crianças executavam a tarefa.
A fábrica Hoppe mantinha pessoas que costuravam bolas de couro em casa. Elas recebiam os gomos, a linha e as agulhas e efetuavam a montagem. A Xalingo também tinha oportunidades dentro dessa modalidade, para embalar brinquedos e quebra-cabeças. Indústrias de confecções recrutavam senhoras para costurar, pregar botões e fazer bainhas em calças, camisas, casacos e jalecos.
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Até as antigas indústrias cigarreiras contratavam trabalhadores caseiros. O leitor Harry Genehr lembra que a Cia. de Fumos Santa Cruz possuía uma carteira de cigarros de cartolina, mais sofisticada que a de papel comum. A folha era dobrada (vincada) na gráfica da empresa e entregue para os prestadores do serviço.
Na residência, o colaborador destacava as peças, montava a carteira e devolvia para a empresa, onde eram preenchidas com cigarros. O consumidor que guardava essa embalagem podia comprar os maços e abastecê-la, ostentando mais charme na hora de fumar.
Genehr morava perto da Cia. de Fumos e lembra das pessoas chegando com cestos de carteiras para devolver e receber o pagamento. Depois, entraram no mercado as sofisticadas cigarreiras metálicas, acabando com as de cartolina. A mecanização e exigências sanitárias mais rígidas ajudaram a terminar com o trabalho caseiro.
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