A noite da próxima segunda-feira, 12, será marcada por uma volta ao passado. A ocorrência considerada a mais grave da história do Vale do Rio Pardo será revivida, no mesmo local onde aconteceu, há 16 anos. O assalto à transportadora de valores Proforte, ocorrido na noite de 10 de abril de 2006, será mais uma das simulações de roubo que estão sendo programadas pela Brigada Militar em Santa Cruz do Sul.
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Ao longo das últimas semanas, o Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP) vem divulgando detalhes da simulação de assalto ao Banco do Brasil, no Centro, que ocorrerá na segunda-feira, com sequência da ação em uma região do interior. Contudo, nos últimos dias, foi confirmado que uma simulação será realizada ao mesmo tempo na sede da antiga empresa Proforte, hoje Protege Transporte de Valores, na Rua Júlio de Castilhos, Bairro Goiás.
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“Aquele assalto à Proforte foi um fato marcante, tanto para a Brigada Militar quanto para a região, especialmente em Santa Cruz. De lá pra cá, são 16 anos de técnicas que foram inovadas e formas de atendimento de ocorrência que foram renovadas e reestruturadas para que a corporação pudesse atender algo dessa magnitude da melhor forma possível”, comentou o comandante do CRPO/VRP, coronel Giovani Paim Moresco.
Para ele, a própria inovação na legislação foi objetivo de avaliação do Comando Regional sobre a conveniência ou não de fazer essa atividade simultânea, em uma empresa que tem uma simbologia tão grande no contexto de segurança pública da região. “Depois de muito analisar, chegamos à conclusão de que era hora de darmos uma resposta em termos de qualificação de ações de polícia ostensiva por parte da nossa instituição”, complementou Moresco.
Às 22h45 de 10 de abril de 2006, o então criminoso mais procurado do Rio Grande do Sul realizou aquele que é considerado um dos assaltos mais ousados da crônica policial gaúcha. José Carlos dos Santos, o Seco, candelariense então com 26 anos, conhecido pelas ações envolvendo explosivos e armamento pesado, tinha como alvo preferido os carros-fortes.
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Naquela noite, acompanhado de seu bando, ele arremessou um caminhão-guincho roubado do pátio da Santa Cruz Rodovias contra o prédio da Proforte. O impacto abriu um buraco na parede. Os criminosos roubaram R$ 3,9 milhões, mas não sem antes aterrorizar os funcionários e abrir fogo contra os policiais que foram ao local.
Tiros de bala traçante iluminaram a via, que parecia um campo de guerra. O capitão da Brigada Militar André Sebastião dos Santos foi morto com um disparo de fuzil 762 na cabeça. O fato desencadeou a histórica Operação Lince, deflagrada em 13 de abril de 2006, quando Seco foi preso no Posto do Rosinha, à margem da BR-386, em Paverama, pela Delegacia de Capturas (Decap) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), de Porto Alegre.
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Segundo o coronel Giovani Paim Moresco, a ação na Protege também será uma forma de homenagear o capitão André Sebastião Santos dos Santos, policial militar de 34 anos que foi morto em 2006 com um disparo de fuzil na cabeça.
“Ele foi meu colega de curso de formação de sargento, veio por anos ser meu oficial em Santa Maria, quando servimos juntos. Essa simulação é uma forma de homenagear Santos, que é patrono do nosso 23º Batalhão de Polícia Militar, e também a família dele, que será convidada a acompanhar, se assim desejar e puder”, salientou o comandante.
“A maior homenagem que poderíamos fazer para revitalizar essa situação, de alguém que no atendimento de uma ocorrência teve a vida ceifada, era atendermos da melhor forma possível, durante uma simulação, um fato dessa natureza e evitar que Santa Cruz volte a sofrer algo assim no futuro. Tudo isso nós avaliamos quando decidimos abarcar parte das atividades nessa empresa que hoje é a Protege, e que tem um cunho muito significativo para a instituição, para Santa Cruz e a família do nosso capitão que tombou em combate”, complementou.
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