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Historiador sugere que culinária italiana é invenção recente

Um historiador (italiano) insinua que alimentos tidos como parte da tradição na Itália na verdade são de criação recente. O livro As mentiras da Nonna: como o marketing inventou a cozinha italiana, de Alberto Grandi, lançado no Brasil pela Todavia, com tradução de Alessandra Siedschlag, em 250 páginas, a R$ 79,90, acaba por evidenciar aquilo que o também historiador Eric Hobsbawn conceituou de “a invenção da tradição”.

Grandi repassa a história italiana para salientar que, a exemplo do que ocorreu com outros europeus (alemães, inclusive), o que se denomina hoje de culinária italiana nem seria viável há algumas décadas. Quando a Itália se constituiu como nação, em 1861, milhões haviam emigrado (para a América, do Norte e do Sul) em busca de vida melhor (ou de garantia de alimento na mesa). Por lá, havia fome.

Assim, só recentemente, na verdade há pouco mais de 40 anos, um enorme esforço de marketing buscou salientar e difundir a ideia de que pratos ou alimentos típicos das regiões internas (só então criadas) estariam firmados no imaginário há séculos. Não estavam: massas, queijos, azeites, vinhos, pizzas e outros itens na verdade foram “forjados” como sendo tradicionais.

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E o mais incrível: uns nasceram ou se encorparam até mesmo na América (no Brasil também) e atravessaram o Oceano para, na Itália, serem assumidos e difundidos como tradicionais, com ingredientes que, por muito tempo, nem disponíveis estavam por lá em quantidade (a carne entre eles). É um amplo panorama histórico, cultural e gastronômico de alcance global.

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Romar Behling

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Romar Behling

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