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História de coragem e de superação: os dois milagres de Daiane após o câncer


O Outubro Rosa é celebrado anualmente em todo o mundo com o objetivo de estimular a prevenção ao câncer de mama. A campanha, que completou 14 anos no Brasil em 2022, propicia um maior compartilhamento de informações sobre a doença, além de facilitar o acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento.

Ainda que tenha um espaço de divulgação amplo, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o segundo mais incidente entre as mulheres no país e a primeira causa de morte entre a população feminina em todas as regiões.

Apesar de a doença poder ser detectada por meio do toque, a mamografia é o exame padrão inicial de rastreamento do câncer de mama. Conforme recomendações de entidades médicas nacionais, o exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer é recomendado a partir dos 40 anos. Em caso de histórico familiar, o especialista pode aconselhar que o monitoramento comece mais cedo.

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A doença, além de afetar a saúde física, impacta a autoestima das mulheres. Devido ao tratamento, muitas vezes agressivo, a maioria das pacientes perde os cabelos ou precisa submeter-se à retirada total ou parcial das mamas. Os estágios da doença são únicos para cada paciente, em razão de suas vidas, que possuem contextos singulares.

Nesta edição do caderno ELAS, trazemos três diferentes olhares sobre câncer de mama a partir da história de três mulheres que se mostraram fortes e confiantes em suas trajetórias. São contextos diferentes, mas que precisaram se amparar em um mesmo objetivo: a cura.

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Daiane: dois milagres após o câncer

Sabe aquela pessoa que exprime otimismo mesmo em momentos difíceis? Essa é a principal característica de Daiane Fernandes, de 37 anos. Ela descobriu o câncer de mama em 2019. Estava em uma reunião com as amigas na sacada de casa e notou algo na mama esquerda. “Sempre tive o hábito de me tocar. Quando coloquei a mão, senti uma bolinha”. Então, decidiu buscar ajuda. Em um primeiro momento, o médico avaliou que não era câncer, por conta do aspecto do nódulo. Mas a ecografia e o laudo apontaram câncer de mama invasivo de alto grau.

Daiane lembra que o pior momento foi o diagnóstico. “Tu te imaginas morta, branca, sem cabelo, sem mama. Daqui a pouco, tu esqueces tudo, tu só queres viver.”

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Por querer “sumir” com aquilo de seu corpo o mais rápido possível, tomou a decisão de começar o tratamento no mesmo dia em que recebeu o diagnóstico. Foram 16 sessões de quimioterapia em cinco meses. Mesmo utilizando a touca de resfriamento, foi inevitável a perda do cabelo. Ainda assim, ela não ficou triste por isso. “Eu era a louca das perucas, tinha sete. Usei lenços também. Quis brincar nesse momento, deixar as coisas mais leves”, relembra. Além da quimioterapia, Daiane realizou uma cirurgia de retirada de tecido residual da mama e 30 sessões de radioterapia. Tudo isso sem nenhum efeito colateral além da perda do cabelo. “Eu tenho certeza de que foi muita oração, e meu psicológico que me ajudou. Me sentia sempre firme e forte”, relembra.

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Após a finalização do tratamento, Daiane focou na vida profissional e no sonho que carregou por muitos anos: ser mãe. Ela é casada com César Fernandes há 5 anos e o casal estava tentando engravidar desde 2017. Mas deixaram o desejo de lado por conta do câncer. Um ano e meio depois da última quimioterapia, em 2021, o médico a liberou para engravidar. Naquela época, fez controle de ovulação por cerca de oito meses, mas não obteve sucesso. Optou, então, pela fertilização. Como mais um dos tantos milagres em sua vida, conseguiu engravidar na primeira tentativa. “Eu sempre procurei deixar a minha mente muito boa para tudo na minha vida, principalmente depois do câncer”, afirma.

Por conta do tratamento contra o câncer, o exame anti-mülleriano de Daiane mostrou um índice baixo da sua reserva ovariana. Depois desse resultado, o médico achou que seria muito difícil engravidar na primeira tentativa. “Eu dizia ao doutor que ia dar certo. Seria de primeira, e de gêmeos”, recorda. E não é que ela estava certa? “Depois de 15 dias que engravidei, na minha primeira consulta descobri que eram gêmeos”. A partir daquele momento, Daiane viu sua vida se tornar ainda mais rosa com a vinda de Alice e Olivia, agora no quinto mês de gestação. “Estou ótima hoje. Me sinto maravilhosa. Tudo tem um motivo na vida”, enfatiza.

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Ressignificação

Para Daiane, a percepção do cotidiano muda totalmente depois da doença. “Você passa a dar valor para tudo. As pequenas coisas ganham um significado diferente. Antes a gente se lamenta por bobagens, e depois isso não existe mais. Eu não consigo olhar para trás e me vitimizar, sentir pena de mim, em nenhum momento. Não é qualquer coisa para te tirar do eixo. Depois disso, nada mais me abalou”, salienta.

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