A produção ainda é pequena na região, mas alguns agricultores locais já se arriscam no cultivo de hibisco para melhorar sua renda por meio da venda do vegetal nas feiras rurais de Santa Cruz do Sul. A flor do arbusto pode ser utilizada para fazer sucos, geleias, vinagres e até vinho.
Contudo, a parte colhida do hibisco, que é muito usada em chás com fins medicinais, na verdade, não é flor nem fruta. Trata-se de uma parte externa da flor chamada de “cálice”. A planta, de nome científico Hibiscus sabdariffa, tem chamado a atenção da indústria farmacêutica por seu valor medicinal reconhecido cientificamente.
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O chá da flor do hibisco é recomendado para ajudar no emagrecimento e até na prevenção de doenças cardiovasculares, por causa da substância chamada antocianina, presente em frutas vermelhas. Altamente consumido na Europa e na Ásia, o chá do hibisco é diurético, favorece a digestão e pode ser usado como calmante e também como laxante.
Em Linha Pinheiral, em Santa Cruz do Sul, mais precisamente no Beco do Moranguinho, no caminho para Passo do Sobrado, o produtor Geraldo Inácio Gais realiza o cultivo de hortaliças. Na área de cerca de quatro hectares de onde tira o seu sustento, o agricultor mantém mais de 300 pés de hibisco para vender nas feiras rurais da cidade há cerca de dez anos. Segundo Geraldo, que trabalha na lavoura com sua filha Elisane, o plantio e o consumo do hibisco ainda são pequenos na região, pois muita gente desconhece o potencial da planta. Portanto, existe espaço para aumentar o mercado. “O consumo é meio trabalhoso, porque tem que tirar a flor e cozinhar para fazer o chá. Às vezes as pessoas não querem fazer esse trabalho, mas é uma planta que vale muito a pena, pois é barata e dá pra fazer muita coisa.”
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O produtor Geraldo Inácio Gais vende a porção de 500 gramas de hibisco por R$ 5 às quartas-feiras, na Feira Rural Central, e aos sábados, na do Parque da Oktoberfest. Ele avalia que, em anos anteriores, a comercialização era maior. “Anos atrás, eu tinha clientes que levavam dez quilos de uma só vez. Hoje, com muita sorte vendo dez quilos por dia de feira”, afirma. O agricultor comenta que o plantio é feito em setembro e outubro, e a colheita pode começar em janeiro. O arbusto é resistente a algumas pragas, como insetos, mas é sensível ao frio.
Em Linha Travessa, também em Santa Cruz do Sul, o jovem Fabrício Beckenkamp, de 23 anos, é outro produtor que se dedica ao hibisco. Ele afirma que a cultura ainda é uma experiência. Na área de cerca de três hectares onde cultiva verduras com seu pai, Fabrício plantou cerca de 40 pés e está no segundo ano de colheita. Ele planta o arbusto após a passagem do período mais frio do ano, já que o vegetal não lida muito bem com as baixas temperaturas e morre no inverno. “Ainda é uma cultura nova. Espero, no próximo ano, colher o dobro que estou colhendo neste ano”. Beckenkamp ressalta que em duas ou três semanas já poderá colher os cálices da planta mais desenvolvidos no pé. O período de falta de chuvas nos últimos meses foi um elemento que atrasou o desenvolvimento, mas a situação se normalizou com as últimas precipitações. “Quando estava dando seca, a planta estava bem sofrida”, relata o agricultor.
Fabrício comercializa seus produtos em bandejas de 250 gramas ao valor de R$ 3, às segundas e sextas-feiras na Feira Rural do Centro, e nas quartas e sábados na da Oktoberfest.
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