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Memória

Heróis da Boina Azul

O aposentado Ivo Kothe foi um dos cinco santa-cruzenses que teve a honra de usar a Boina Azul, indumentária que caracterizou o Batalhão de Suez. Durante um ano e um mês, integrou as forças da ONU que supervisionaram a cessação das hostilidades na Faixa de Gaza, na fronteira do Egito e Israel, ocasionadas pelos conflitos em torno do Canal de Suez.

Ele deu baixa do 8º RI de Santa Cruz em 1962 e, em 4 de julho de 1963, seguiu para o Oriente Médio. A seleção, feita pelo Ministério do Exército, foi rigorosa e teve 1,5 mil inscritos. Ivo classificou-se como cabo, com 25 vagas para 180 postulantes.

Depois de dois meses de treinamento, embarcou no navio Ari Parreira, com 368 pracinhas. Após 25 dias no mar, o contingente chegou em Port Said, no Egito. Dali, foram mais 250 quilômetros de trem até a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, no deserto do Sinai.

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Além dos brasileiros, a força de paz tinha soldados do Canadá, Colômbia, Dinamarca, Finlândia, Índia, Indonésia, Iugoslávia, Noruega e Suécia, cada país com função específica. O acantonamento foi em barracões no lado egípcio. A missão era informar movimentações que ocorriam na fronteira de 80 quilômetros.

A Linha Demarcatória do Armistício (ADL) era uma vala, da qual os civis precisavam manter distância de 500 metros. Os israelenses patrulhavam o outro lado e ninguém podia ultrapassar a ADL. Mesmo assim, os pracinhas faziam fotos com um pé no Egito e outro em Israel.

A força da ONU só tinha autorização para atirar em defesa da própria vida. Ivo integrou o 13º contingente brasileiro, que teve ainda os conterrâneos Lauro Junges e João Batista Job. No 5º contingente (1959), participaram os santa-cruzenses Irmberto Stertz e Afonso Beckenkamp.

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A região do Canal de Suez era um “barril de pólvora”. O ambiente hostil, com tempestades de areia e calor de 52 graus na sombra, criava muitas dificuldades. A última participação do Brasil foi em 1967, após a Guerra dos Seis dias.

CONTINUA

Foto: DivulgaçãoSoldados revezavam-se nas guaritas de observação na fonteira do Egito e Israel
Soldados revezavam-se nas guaritas de observação na fonteira do Egito e Israel

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