Herbicida 2,4-D segue atingindo a fruticultura

Na manhã desta segunda-feira, 23, concedeu entrevista ao programa Giro Regional da Gazeta FM, Valter José Pötter, diretor da vitivinícola Guatambu – Estância do vinho, para falar sobre a mobilização que está ocorrendo no Estado por parte dos vitivinicultores, que lutam contra à aplicação do herbicida 2,4-D, que em diversas ocasiões prejudica plantações de fruticultura, aqui na região também foi constatado alguns casos.

Valter disse que é uma situação muito grave, complicada, e que vem sendo realizada uma luta continua, mas que não se conseguiu nenhum resultado concreto. Acrescentou também que se esse problema não for resolvido a diversificação de culturas tende a regredir. “Esse ano trabalhamos muito e o Estado disse que com as regras que ele estabeleceu o assunto seria resolvido, mas isso não aconteceu. Se não for tomada alguma atitude, com a experiência que eu tenho, daqui uns 5, 6 anos não vai mais existir diversificação de cultura no Rio Grande do Sul, que vai se tornar uma monocultura de soja”, afirmou.

Pötter destacou que existem produtos alternativos, que não causam problemas para a fruticultura, ressaltando que será realizada uma pressão para que seja suspensa o uso desse herbicida, que segundo ele, “viaja” de 15 à 20 quilômetro de onde foi aplicado devastando o que está no caminho. “A pessoa tem quer ter consciência, ética para também se preocupar com a lavoura do vizinho”, diz.

De acordo com Valter, deveria haver um acompanhamento de um agrônomo, fiscais para controlar à aplicação. Produtores de uva, maça, erva-mate, nogueira, oliveira, entre outras qualidades estão reclamando sobre o uso indevido do herbicida.

O vitivinicultor orientou que o primeiro passo quando o agricultor percebe que sua plantação foi atingida pelo 2,4-D é fazer uma  denúncia para a Secretaria de Agricultura, através do canal de denúncia, pois o órgão tem a obrigação de fazer a coleta da folha da planta para análise. “As autoridades devem enxergar o futuro pela frente, que está ameaçado se seguir sendo usado esse herbicida”, concluiu.