Mesmo sem ter assumido oficialmente o Executivo, a prefeita eleita, Helena Hermany (PP), trabalha com seu gabinete de transição para comandar Santa Cruz do Sul a partir de janeiro. Uma das primeiras polêmicas que terá que administrar será a mudança do Santuário de Schoenstatt, que já está em andamento por parte das Irmãs de Maria, guardiãs jurídicas do terreno às margens da BR-471. E Helena já se dispôs a melhorar a segurança no local.

O assunto é controverso e gerou uma grande movimentação de pessoas contrárias à mudança, inclusive com manifestações e coleta de assinaturas em um abaixo-assinado, enviado ao Ministério Público. Segundo a assessoria de imprensa das Irmãs de Maria, a opção pela mudança é definitiva.

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As religiosas reclamam da falta de segurança no local, um terreno de 29,5 mil metros quadrados na zona sul, doado pela prefeitura em 1975. A inauguração ocorreu em 11 de dezembro de 1977. A intenção é demolir a capela e reconstruí-la com parte dos mesmos materiais, em local a ser definido. Atualmente, as Irmãs e a estátua do fundador estão em uma residência na Rua Thomaz Flores, no Centro. Até a desocupação, apenas duas religiosas viviam no santuário.

Helena se reuniu em datas diferentes com os dois grupos envolvidos na questão. Em reunião com as Irmãs de Maria no fim de novembro, ela foi informada do posicionamento das religiosas, que até agora mostram-se irredutíveis quanto à decisão. As Irmãs anunciaram que pretendem vender o terreno recebido do poder público, avaliado em cerca de R$ 1 milhão. Ontem a futura prefeita recebeu os grupos contrários à mudança. Segundo o advogado Ruy Kaercher, integrante do Movimento Apostólico de Schoenstatt desde 1968, a reunião foi um avanço para aqueles que defendem a permanência do santuário onde ele foi erguido. “Foi um encontro muito positivo. A prefeita eleita apoia a permanência do Santuário no local e se colocou à disposição para ajudar”, afirmou.

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Eleita aposta no diálogo

Para manter o local de adoração e ponto turístico, reconhecido nacionalmente por receber milhares de fiéis todos os anos, a futura prefeita se dispôs a implementar os dispositivos de segurança disponibilizados anteriormente pela Prefeitura. São um muro em torno do terreno, as concertinas que ficam sobre o muro e o sistema de câmeras de vigilância, que, se necessário, pode ser atualizado para um monitoramento eletrônico. “Como prefeita eleita, o que precisar fazer, eu vou fazer. O que as irmãs precisarem, elas podem dizer, que a gente vai atender”, afirmou Helena para a Gazeta do Sul.

Ela inclusive se manifestou favoravelmente em deslocar um guarda municipal para o local. Ressaltou que vai trabalhar no sentido de dialogar com as partes e encaminhar uma resolução amigável, apesar de que, quando foram recebidas por Helena, as representantes das Irmãs de Maria não descartaram sair de Santa Cruz se não tivessem respeitada a sua vontade de remover o santuário do atual endereço.

Caso não haja entendimento, o assunto será resolvido por via judicial. O Ministério Público (MP) já foi acionado pelos diferentes grupos contrários à remoção do Santuário da BR-471. O promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, explicou que, via de regra, um imóvel desafetado pela Prefeitura para benefício de particulares deve ser utilizado com fins específicos ou retornar ao poder público.

O grupo Mães de Schoenstatt, em conjunto com o Conselho Municipal de Turismo (Comtur) encaminhou ao MP até essa terça-feira, 9, 1.846 assinaturas de um abaixo-assinado com assinaturas físicas e virtuais.

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