Helena Hermany (PP) foi eleita neste domingo, 15, prefeita de Santa Cruz do Sul. Ao lado do vice, Elstor Desbessel (PL), ela vai comandar o município no próximo mandato, entre 2021 e 2024. Helena recebeu 24.654 votos válidos, o equivalente a 32,45%. Ela é a segunda mulher eleita para o cargo, que já ocupou em 2008, com a renúncia do então prefeito José Alberto Wenzel, em junho.
Em segundo lugar nas eleições municipais ficou Mathias Bertram (PTB), que recebeu 18.331 votos (24,12%). Alex Knak (MDB) ficou em terceiro lugar, com 17.970 votos (23,65%). Carlos Eurico Pereira (Novo), recebeu 6.739 votos (8,87%); Jaqueline Marques (PSD), fez 4.995 votos (6,52%); Frederico de Barros (PT), recebeu 2.988 votos (3,93%); e, Irton Marx (Solidariedade), recebeu 347 votos (0,46%).
Helena assume o cargo aos 72 anos, com o apoio dos partidos PP, PL, PRTB e Avante. Durante a trajetória de vida, a bancária já ocupou cargos públicos como primeira-dama, vereadora, vice-prefeita, prefeita e secretária municipal de Habitação e Desenvolvimento Social. Na noite deste domingo, a festa da vitória acontece no Estádio dos Plátanos, no Centro.
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Em 2008, Helena Hermany perdeu a chance de ser a primeira mulher eleita à Prefeitura, quando foi derrotada por Kelly Moraes. Na ocasião, mesmo tendo recebido 28.650 votos, cerca de 4 mil a mais do que nas eleições deste ano, não chegou ao Palacinho. A diferença pode ser justificada pelo fato de o pleito de 2020 ter sido o mais concorrido da história do município, com sete postulantes à Prefeitura – distribuindo, assim, os votos entre os candidatos. Em 2008, eram quatro candidatos.
Outro marco na vida política de Helena foi a votação de 2000, quando foi eleita vereadora com o maior número de votos para um candidato ao Legislativo na história de Santa Cruz do Sul, recebendo 3.680 votos. Até o momento, nenhum candidato superou os votos recebidos por Helena para a Câmara.
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Festa da vitória
Apesar de o resultado oficial ter sido divulgado somente no fim da noite, os apoiadores da então candidata começaram a se reunir em frente à casa de Helena Hermany ainda antes das 20 horas. A vitória já era prevista a partir das 20h30, quando muitos aliados começaram a soltar fogos de artifício e a celebrar a conquista. Apesar de estar à frente das contagens desde o início da apuração, Helena preferiu aguardar o resultado oficial para se manifestar e comemorar.
A quadra no entorno da rua onde a agora prefeita eleita mora, na Presidente Prudente de Moraes, no Bairro Goiás, teve o trânsito trancado, tamanha movimentação de apoiadores. O grupo se deslocou em carreata para o Estádio dos Plátanos, onde acontece a festa da vitória. No local, a movimentação de pessoas começou ainda às 21h15.
Do Banco do Brasil ao Palacinho
“Política é a arte de engolir sapos.” Helena Hermany ainda tem presente na memória a frase que ouviu quando criança de seu tio, Edmundo Hoppe, prefeito duas vezes nas décadas de 60 e 70, e que só compreenderia bem mais tarde, ao trilhar o seu próprio caminho na vida pública.
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Embora a política já estivesse na família, Helena cresceu sem qualquer pretensão eleitoral. Começou a trabalhar aos 14 anos, quando seu pai, que era marceneiro, faleceu. A família morava no Centro e, após a perda, a mãe, que era dona de casa, passou a cozinhar para fora. Quando Helena tinha 19 anos, ela e o irmão mais novo passaram em um concurso no Banco do Brasil.
Ao todo, foram 25 anos como servidora. No meio do caminho, formou-se em Ciências Contábeis e casou-se com Edmar Hermany, sobrinho de outro ex-prefeito, Arno Frantz. Quando Hermany lançou-se a vereador, em 1988, viu-se obrigada a acompanhá-lo. “A tia Traudi (esposa de Arno) me disse: ‘Ou tu participa e gosta, ou tu vai brigar a vida inteira”, recorda. À época, sequer era filiada, mas atuou forte na campanha.
Quando tornou-se primeira-dama, em 1993, valeu-se da experiência acumulada no período de bancária, durante o qual foi ativa em projetos sociais e presidiu o Comitê de Combate à Fome e à Miséria. “No meu primeiro dia como primeira-dama, perguntei: ‘Quantas famílias carentes existem em Santa Cruz?’. Como ninguém sabia, resolvi começar por ali. Chamei os presidentes de bairros e dei início a um cadastro.”
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O trabalho na área social acabou por se transformar na marca de Helena que, em 2000, tornou-se a vereadora mais votada da história de Santa Cruz, com 3,6 mil votos. Aos 72 anos, ela carrega no currículo outro feito histórico: com três mandatos de vice-prefeita conquistados (em 2004 com José Alberto Wenzel e em 2012 e 2016 com Telmo Kirst), é a pessoa que mais tempo passou no comando da Prefeitura.
Em entrevista ao jornalista Pedro Garcia ainda antes das eleições, Helena falou sobre um momento trágico da trajetória: em dezembro de 1989, então com 41 anos e ainda bancária, foi sequestrada enquanto levava um malote de dinheiro até Trombudo. Ainda citou o fim de uma amizade de décadas com o prefeito Telmo Kirst e falou sobre a família, envolvida na área política.
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