A Câmara dos Deputados deve finalmente votar, na noite desta segunda-feira, 12, a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Dos três parlamentares que integram a bancada do Vale do Rio Pardo, dois votarão a favor – Heitor Schuch (PSB) e Luis Carlos Heinze (PP) – e um não vai comparecer à sessão – Sérgio Moraes (PTB).
Procurado, Moraes alegou que está fora de Brasília desde que foi confirmada sua candidatura a prefeito de Santa Cruz do Sul, no dia 5 de agosto. “Não é que eu não estou indo hoje. Eu só vou voltar a Brasília depois da eleição. Não tenho como ir porque estou em campanha. Gravo programas eleitorais todos os dias”, afirmou. Questionado sobre por que não se licenciou – o que permitiria que um suplente assumisse e participasse da votação, Moraes argumentou que essas licenças têm duração mínima de seis meses, o que tornaria inviável. “Não tenho como me afastar por seis meses porque dependo da remuneração. Esses dias que não estou indo vão ser descontados, mas não posso ficar seis meses sem salário”, disse.
Embora tenha se posicionado contra a cassação de Cunha na Comissão de Ética, Moraes afirmou que não sabe qual seria seu voto casso fosse participar da votação de hoje. “Eu ouviria a acusação e a defesa antes de decidir meu voto, porque podem ter surgido elementos novos”. Moraes falou ainda que acredita que a votação possa não ocorrer por falta de quórum e que estranha o fato de a sessão ter sido convocada para uma segunda-feira, dia em que tradicionalmente o Congresso fica esvaziado.
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Já Schuch disse que apoiou todos os movimentos pelo afastamento de Cunha e que há evidências suficientes para condená-lo. “É só olhar os documentos, o passaporte dele, da esposa, das filhas. Eu estive na CPI quando ele afirmou que não tinha dinheiro em lugar algum”, afirmou. Diferente de Moraes, Schuch crê que, se não houver nenhum fato novo no decorrer da tarde, o quórum da sessão será alto. “Já tem uma frequência bem grande aqui”.
Embora no ano passado, quando era presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, tenha apoiado a eleição de Cunha para a presidência da Câmara, Heinze afirmou que seu voto está definido e será pela cassação. “Ele tem culpa no cartório. Qualquer um que está enrolado, tem que pagar”, alegou. Heinze relatou ter recebido, via WhatsApp, uma mensagem enviada pela defesa de Cunha, expondo argumentos para não cassa-lo. “Devem ter mandado para toda a bancada ruralista”, disse.
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