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Clima

Haja casaco e fogão a lenha para encarar o frio

A estrada que leva à área serrana do Vale do Rio Pardo é um carinho para os olhos. Ao amanhecer e com temperaturas próximas de zero grau, então, o cenário fica melhor ainda. Gramado branquinho, névoa no horizonte e sol que desponta devagar integram o conjunto que  dá indícios de um dia característico da estação que se aproxima. 

Nesse embalo de frio de renguear cusco, a agricultora de Herveiras, Marceli Emmel, 48 anos, acorda, sem choro nem vela, às 6h30. Sem aquecedor ou ar-condicionado em casa, a primeira tarefa do dia é fazer o fogo para que o fogão a lenha esquente a casa. Nesse momento, ela toma um café e se prepara para as baixíssimas temperaturas que vai enfrentar na rua. 

É preciso ordenhar o leite, dar pasto aos animais e verificar se tudo na propriedade está em ordem. Com o detalhe de que as mãos estarão à mostra e os pés, mesmo com tênis, em cima dessa tal de geada, que ocorre há praticamente uma semana na região. “A gente por aqui não tem muita escolha. As vacas nos esperam e o serviço tem que ser feito. Mas esse frio é demais, né?”, comenta, enquanto esfrega as mãos acima da chapa do fogão. A sopa da noite e o chimarrão que acompanha a rotina da dona de casa, no entanto, são atrativos apreciados no inverno por ela e pela família.

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Marceli Emmel prepara o fogo assim que acorda
Foto: Bruno Pedry

Alguns metros à frente, o produtor de fumo Rogério Luiz Hirsch, 34, levanta ainda mais cedo. Às 6 horas, ele já está de pé. Alega, entretanto, que o frio mais difícil não sente quando acorda, e sim por volta das 8 horas. “A hora mais ‘dura’ é quando o vento começa a soprar. Daí sim fica complicado de fazer o serviço”, conta ele, enquanto se aquece com a cuia em mãos. 

Apesar de estar bem vestido com duas blusas de lã e um casaco, nos pés ele calça apenas um chinelo de dedos. E ainda se atreve a dizer que os pés não gelam.  “Eu já cansei de brigar com o Rogério para que use um tênis, mas ele não me escuta”, diz a esposa, Jussara Schieferdecker. E o marido, rindo com a discussão, rebate. “É muito impressionante, mas eu não tenho frio nos pés. Ela briga comigo, mas dizem que os opostos se atraem.”  

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