Hoje completa-se um ano do início da vacinação contra a Covid-19 em Santa Cruz do Sul. De forma simbólica, as primeiras imunizadas foram a enfermeira Jucelaine Pereira Dias, que atuava na linha de frente do enfrentamento da doença no Hospital Santa Cruz (HSC), e a aposentada Lourdes Becker, de 73 anos e residente da Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan), em 19 de janeiro do ano passado. Devido à escassez de doses na época, idosos institucionalizados e profissionais de saúde tiveram a prioridade inicial.
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Essa falta de doses se estendeu por vários meses. Diferentemente da facilidade atual, quando basta ir a qualquer posto de saúde para receber a dose, especialmente no primeiro semestre de 2021 as vacinas eram disponibilizadas gradualmente conforme a faixa etária. O avanço era lento e, não raro, os estoques acabavam. Então, era necessário aguardar a próxima remessa da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
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Em alguns períodos, as aplicações chegaram a ser interrompidas por mais de dez dias. Esses intervalos entre os lotes distribuídos às prefeituras tornavam o avanço lento. Para se ter uma ideia, a imunização de todos os idosos acima de 80 anos começou no dia 17 de fevereiro, e em 16 de julho – cinco meses depois – a faixa etária contemplada era a de 35 anos ou mais sem comorbidades. A velocidade aumentou somente com a disponibilização das vacinas da AstraZeneca e posteriormente Pfizer, cujos contratos dos fornecedores com o Ministério da Saúde (MS) previam quantidades maiores.
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A cobertura chegou para toda a população adulta no dia 26 de agosto de 2021, com doses disponíveis aos santa-cruzenses com 18 anos ou mais. A partir daí, instaurou-se a primeira polêmica: a imunização dos adolescentes de 12 a 17 anos. Após diversos debates entre os órgãos competentes e o MS, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou e no dia 15 de setembro a vacinação para o público de 17 anos teve início em Santa Cruz. Assim como vinha ocorrendo, a faixa etária reduziu-se gradualmente conforme a disponibilidade de doses.
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Em meados de novembro, com a aplicação de primeiras doses estagnada, os especialistas pediram ao MS uma nova ampliação da campanha, dessa vez para contemplar crianças na faixa de 5 a 11 anos. A possibilidade enfrentou forte resistência do governo federal, especialmente do presidente Jair Bolsonaro, que por diversas vezes falou contra as doses pediátricas e chegou a dizer que não vacinaria a filha caçula, Laura, de 11 anos. Ainda assim, com a aprovação da Anvisa e a pressão popular, o MS autorizou e as doses foram distribuídas para os estados e municípios.
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Por coincidência ou não, a imunização das crianças começa também neste 19 de janeiro, em todo o Rio Grande do Sul, no mesmo dia em que se completa um ano do início da campanha de vacinação contra a Covid-19. Novamente devido à escassez de doses, o escalonamento é necessário. Inicialmente, a prioridade é das crianças com comorbidades ou portadoras de deficiência.
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Em função da exigência de local específico para esse público, as aplicações começam em apenas dois postos: ESF Cohab/Renascença e ESF Glória/Imigrante. Para ser atendido é preciso fazer agendamento prévio com as unidades, presencialmente ou pelos telefones 3711 4778 (Cohab) e 3711 9166 (Glória). Entre as comorbidades estão obesidade grave, diabetes, asma e doenças autoimunes e cardiovasculares, todas comprovadas por atestado médico e/ou exames.
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Para a secretária da Saúde, Daniela Dumke, a procura deve ser grande e, por isso, pode haver congestionamento nas linhas telefônicas. “Peço que as pessoas tenham paciência. Se porventura não for possível fazer o agendamento de primeira, sigam tentando”, disse em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9. Esse procedimento é uma das demandas do governo do Estado, que exige um local específico para a oferta de doses infantis.
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Outra exigência, esta do Ministério da Saúde, é para que todas as crianças permaneçam por pelo menos 20 minutos no posto após a aplicação. Se houver alguma reação adversa ao imunizante, o caso deve ser notificado imediatamente no sistema do MS para que possa ser acompanhado. O estoque inicial de Santa Cruz é de 560 doses, mas a secretária garante que novas doses devem chegar nos próximos dias.
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