O tanzaniano Abdulrazak Gurnah, 74 anos, não poderia mesmo ter recebido o Nobel de Literatura de 2021 como mero acaso. Sua obra projetava-se muito além da África, granjeando admiradores em todos os recantos, com obra de leitura essencial para compreender o contexto social contemporâneo naquele continente.
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No Brasil, sua produção literária era praticamente desconhecida até aquele momento, ainda que muitos outros escritores, da mesma geração de Gurnah, fossem amplamente lidos por aqui. Mas a Companhia das Letras apressou-se a editar os primeiros títulos dele, a começar por Sobrevidas, lançado em março de 2022, em tradução de Gaetano W. Galindo. Agora, une-se a esse texto aquela que é considerada a obra-prima do autor, o romance Paraíso, originalmente publicado em 1994, há quase 30 anos, novamente em tradução de Galindo, e que se encontra em pré-venda. Deve chegar às livrarias em meados de setembro, com 320 páginas, a R$ 89,90.
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Na trama, um menino de 12 anos é entregue por seu pai a um comerciante como pagamento de uma dívida. A partir disso, esse garoto passa a vivenciar um périplo quase interminável pelos confins da África, em um romance de formação no qual o olhar de mundo do protagonista vai se formando, e o leitor, naturalmente, desfrutará dessa mesma experiência, pela via da ficção. É uma África nua e crua, que se descortina diante do garoto e o leva a conhecer as mazelas e também a magia que cercam a sua terra natal.
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