O destino do santa-cruzense apaixonado por esporte na década de 1990 era o Ginásio Poliesportivo. Construído pelo então prefeito Arno Frantz, o local sediava os jogos do Pitt/Corinthians, equipe responsável pela era de ouro do basquete em Santa Cruz do Sul. Da arquibancada, entre as milhares de pessoas presentes para prestigiar os atletas que por ali passavam, estava um catarinense de nascimento. Natural de Concórdia, Santa Catarina, Guilherme Teichmann veio para a cidade com oito anos.

Apaixonado por basquete, integrava o elenco das categorias de base da equipe e não perdia jogos do profissional. Quando estava em casa, a missão era recortar páginas de jornais que destacavam o Pitt Corinthians. Na arquibancada, o momento era para se inspirar com os ídolos, principalmente o capitão João Batista. E em quadra, durante os treinamentos e jogos, era dedicação pura para atingir o sonho de ser um jogador profissional.

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Quis o destino e o trabalho forte que hoje, aos 39 anos, a inspiração fosse ele. Os recortes de jornais dos ídolos à época seguem guardados, mas agora é Guilherme Teichmann que está nas manchetes e fazendo história. No último domingo, o camisa 11 do União Corinthians, líder do elenco que busca retomar o destaque do basquete santa-cruzense no cenário nacional, chegou a uma marca impressionante: 1 mil assistências em 450 jogos no Novo Basquete Brasil (NBB). O recorde foi conquistado na partida contra o 123 Minas, em casa, diante da torcida da qual antes ele fazia parte.

“É uma marca expressiva, relevante. Apesar de ser pivô sempre gostei de deixar os companheiros em condições de fazer cestas. E atingir essa marca aqui em Santa Cruz, onde tudo começou pra mim e onde sempre sonhei jogar, é uma realização. Olhar para o ginásio e ver rostos conhecidos de amigos, colegas dos tempos de colégio, minha família, ex-treinadores, e ver todos eles vibrando pelo mesmo motivo que eu, é muito gratificante”.

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Trajetória vitoriosa no basquete

A fortaleza chamada Guilherme Teichmann já é consagrada no cenário nacional. Além de ser o primeiro pivô no NBB a chegar a marca de mil assistências, ele também acumula outros dados impressionantes: é o líder em tocos, segundo em enterradas e um dos maiores reboteiros da história do NBB. Conhecido por uma excelente defesa, já foi selecionado diversas vezes para o time ideal da competição.

E tudo começou muito cedo. Ainda na adolescência, se mudou para São Paulo, onde jogou na base do Monte Líbano. Aos 17 anos, foi para o Vasco da Gama, onde teve sua primeira experiência em uma equipe adulta profissional. Deixou o clube em 2001, quando foi fazer faculdade nos Estados Unidos e por quatro anos jogou no competitivo basquetebol universitário americano. De volta ao Brasil, acumulou passagens por Pinheiros (SP), SC Corinthians Paulista (SP), Minas Tênis Clube (MG), Rio Claro (SP), Limeira (SP), Franca (SP) e Flamengo (RJ), além da Seleção Brasileira. Foi campeão Pan-Americano Rio 2007, campeão paulista 2009, tricampeão carioca 2009, 2010 e 2011, vice-campeão NBB, duas vezes vice-campeão da liga sul-americana e duas vezes vice-campeão paulista. Na temporada passada foi um dos atletas com maior média de minutos em quadra pela equipe santa-cruzense.

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Mesmo com toda essa trajetória de sucesso, a aposentadoria é algo que ainda não está nos planos. “Depois de mais de 20 anos consegui voltar e viver essa realidade do basquete em Santa Cruz do Sul. Então, parar é algo que ainda não tenho nada decidido. Tenho ciência de que enquanto estiver jogando em alto nível e ajudando meus companheiros de maneira eficiente posso continuar.”

Nesta quinta-feira, 16, antes da partida entre o União Corinthians e o São José, no Ginásio Poliesportivo Arnão, Teichmann recebeu uma placa alusiva ao seu grande feito no NBB.

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