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Guilherme Frantz Teichmann encerra carreira vitoriosa no basquete

Guilherme Teichmann construiu carreira em diversos clubes do Brasil | Foto: Bruno Pedry

Guilherme Frantz Teichmann decidiu se aposentar das quadras aos 39 anos. O último ato foi no dia 15 de abril, na vitória do União Corinthians diante do Fortaleza por 91 a 75, na última rodada da fase classificatória do Novo Basquete Brasil. O camisa 11 foi aplaudido de pé pelos torcedores no Ginásio Poliesportivo Arnão. A despedida ocorreu como ele desejava: vestido com o manto do time que aprendeu a admirar desde a infância.

A decisão foi tomada durante o ano, principalmente pela falta do convívio familiar. Teichmann é casado com Renata e tem três filhos: os gêmeos Fernando e Mateus, além do caçula Gustavo. “As viagens nos afastam. Preciso estar próximo dos meus filhos. Cheguei a um ponto que não conseguia mais ter a mesma capacidade de jogar durante um período longo. Isso acabou me atrapalhando em alguns momentos. Senti que era a hora de parar. Não foi planejado, mas a ideia amadureceu”, detalha.

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Teichmann quer estar mais presente na rotina familiar. Para ele, foi sensacional ter disputado as duas últimas temporadas em Santa Cruz do Sul. “Fiquei 20 anos longe dos meus pais. Tive sorte de poder estar aqui no fim da minha carreira. Seria possível jogar pelo menos mais dois anos. Mas não teria o mesmo nível técnico. Para mim, faria diferença. Agora vou partir para uma nova fase da minha vida”, comenta. Por enquanto, Teichmann pretende dar seguimento a projetos paralelos fora do basquete.

Com relação à carreira, o ala-pivô de 2,03 metros acredita que alcançou feitos importantes, mas confessa que desejava realizar outros sonhos, como atuar diversas temporadas na NBA e vestir a camisa da seleção brasileira mais vezes. “Fui campeão, vice e terceiro lugar no NBB. Fui vice sul-americano duas vezes. Gostaria de ter tido mais êxito em alguns momentos. Mas, olhando em perspectiva, fico muito satisfeito. Construí uma carreira sólida. Sou muito respeitado por onde passei. Sem dúvida, fico muito tranquilo e de cabeça erguida neste fim de carreira”, analisa. Entre 2011 e 2012, ainda superou um tumor testicular.

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Basquete é paixão de berço

Quando Vera e Hilton se casaram, passaram a residir em Concórdia-SC, onde o filho Guilherme nasceu. Ao regressarem a Santa Cruz do Sul, o garoto tinha oito anos. Nas categorias de base do Corinthians e do Colégio Marista São Luis, já chamava atenção a partir dos 11 anos. A primeira enterrada veio aos 14 anos.

“Meus pais jogavam basquete e vôlei. Pratiquei diversos esportes na infância e eu gostei do basquete, me dei bem. Tinha um compadre do meu pai que era incentivador. Eu era aquela criança que ficava na quadra, atrapalhando, incomodando todo mundo”, relembra.

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Em Santa Cruz do Sul, o pai conhecido por Mamute instalou uma tabela na casa em que moravam para Guilherme treinar os arremessos e gastar energia. A boa fase do Corinthians também influenciou. O primeiro treinador foi Mário Saraiva. Depois, já como federado, treinou com Nei Morsch, atual diretor do São Luis. Na sequência, foi orientado por Sérgio Einloft.

A geração de Guilherme contava com Leandro Buboltz, Felipe Weber e Eduardo Haas, entre outros. Os mais jovens completavam o time, como Audrei Parisotto, Guinho e Dai. Na base do Vasco, morando em Copacabana e com um salário, passou a ver o sonho de jogar nos Estados Unidos mais próximo. “Meus pais me deixavam sonhar. Me deram asas. Recebi apoio deles quando decidir viajar após receber um convite.”

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De fã a ídolo em Santa Cruz do Sul

Os sonhos e objetivos de Teichmann foram idealizados ao acompanhar o vitorioso Corinthians da década de 1990, campeão da Liga Nacional em 1994, comandado pelo técnico Ary Vidal. Da criança que batia bola na quadra do Poliesportivo nos intervalos e colecionador de recortes das reportagens sobre o Corinthians na Gazeta do Sul, Teichmann correu atrás para tornar-se jogador de basquete.

“O que vivi na infância fez eu acreditar no sonho de ser jogador. Tive a sorte de jogar aqui no fim da carreira. Meu sonho era ser campeão. Mas ter aquela atmosfera no ginásio novamente e vivenciar jogos marcantes me realizam totalmente. São memórias que ficarão para sempre”, relata.

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A história de Teichmann, de fã a ídolo do agora União Corinthians, mistura-se à narrativa do jornalista Guilherme Mazui no livro “7 mil dias”, que contou o fim do time profissional do Corinthians em 2002 até a retomada em 2021 com o título brasileiro da Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

“Enquanto as coisas estavam adormecidas por aqui, acabei construindo minha carreira fora. O Mazui frisou muito bem que o time atual vai criar uma nova geração de ‘Teichmann’, que são os jovens eufóricos envolvidos com o basquete. Eles poderão alimentar o sonho de jogar profissionalmente”, sublinha.

Nova fase do basquete santa-cruzense

Teichmann sabe que a equipe atual ainda está longe do “Corinthians do Ary Vidal”, mas acredita em uma evolução nos próximos anos. Principalmente de uma estruturação como clube, em busca de um nível alto no rendimento em quadra, sob o comando do diretor Diego Puntel e do treinador Athos Calderaro.

“Espero uma continuidade no projeto, que seja cada vez melhor. É importante voltar a ter um time que possa brigar em cima na tabela. Tendo o adulto de qualidade, os jovens terão a noção do quanto precisam atingir. Esse parâmetro fez falta. É um trabalho de longo prazo. O desafio é a eficiência do projeto. Que mais jovens sejam formados e utilizados no profissional.

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Teichmann relembra da importância de ter jogadores experientes e vencedores como espelho. Foi assim no início da carreira. “Quando eu estava no Vasco, o Oscar Schmidt estava no Flamengo. Eu tinha 17 anos. Depois fui para os Estados Unidos, antes dos 18 anos. O Rogério Klafke era do Vasco e foi um grande exemplo durante um ano e meio. Foi o grande espelho e convivia diariamente com ele. Dava para mensurar o nível que eu precisaria atingir para ser um profissional de qualidade. A ética de trabalho e a dedicação deles me inspirava. Isso me preparou e fez eu criar metas.”

Outros atletas de alto rendimento foram contemporâneos do santa-cruzense nos primeiros anos, como Nenê Hilário, Sandro Varejão, Ailton, Demétrius Ferracciú, Helinho Rubens, o dominicano José Vargas e o norte-americano Charles Byrd. O Vasco foi bicampeão sul-americano, brasileiro e estadual entre 1998 e 2001.

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Currículo vitorioso

Aos 15 anos, Teichmann foi para São Paulo, onde jogou na base do Monte Líbano. Aos 17 anos, foi para o Vasco da Gama, onde teve sua primeira experiência em uma equipe adulta profissional. Deixou o clube em 2001, quando foi fazer faculdade de marketing em Tulsa, nos Estados Unidos. Por quatro anos, jogou no competitivo basquete universitário norte-americano. De volta ao Brasil, acumulou passagens por Pinheiros (SP), Corinthians (SP), Minas Tênis Clube (MG), Rio Claro (SP), Limeira (SP), Franca (SP) e Flamengo (RJ), além da seleção brasileira. Foi campeão pan-americano Rio 2007, campeão paulista 2009, tricampeão carioca 2009, 2010 e 2011, campeão e vice-campeão do NBB, duas vezes vice-campeão da Liga Sul-Americana e duas vezes vice-campeão paulista.

A fortaleza chamada Guilherme Teichmann já é consagrada no cenário nacional. Além de ser o primeiro pivô no NBB a chegar a marca de mil assistências, ele também acumula outros dados impressionantes: é o líder em tocos, segundo em enterradas e um dos maiores reboteiros da história do NBB. Conhecido por uma excelente defesa, já foi selecionado diversas vezes para o time ideal da competição.

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Números

Temporadas no NBB – 15
Jogos – 461
Pontos – 3.427
Assistências – 1.041
Rebotes – 2.752
Bolas Recuperadas – 577
Tocos – 372
Enterradas – 355

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