Tão logo os primeiros candidatos terminaram a prova do concurso público da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, no último dia 15, reclamações das mais diversas inundaram as redes sociais. Pouco preparo dos fiscais, erros e afirmações duvidosas nas questões, problemas com o horário de acesso às salas e até mesmo a retirada de candidatos do local por não conseguirem sacar brincos, piercings ou alianças do corpo foram algumas das questões levantadas por concurseiros.
Desde então, diversos recursos foram apresentados pelos candidatos, a fim de solicitar explicações à empresa promotora do certame, a Consulpam. Na tarde desta quarta-feira, 26, um grupo que concorreu ao cargo de atendente de farmácia foi ao Ministério Público pedir a apuração e análise das provas entregues no dia do concurso.
“A capa da prova apresentava meus dados com o cargo de atendente de farmácia, número 62. Só que a parte interna era a avaliação para a vaga de agente administrativo, de número 59, de maneira que as questões específicas nada tinham a ver com a vaga para a qual prestei a prova”, relatou Rogério Faller, um dos concurseiros que se sentiram lesados. Ao todo, 159 pessoas se inscreveram para as 15 vagas do cargo.
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Relatos ainda no dia do concurso, feitos por candidatos ao Portal Gaz, já afirmavam que tais erros teriam acontecido. “Após sair da prova, fui direto na delegacia registrar um boletim de ocorrência. Depois descobri que outros candidatos haviam passado pelo mesmo problema”, comentou Faller.
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Com exceção dele, que fez a prova em uma sala da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), todos os outros integrantes do grupo que foi ao MP nesta quarta participaram do certame no Colégio Luiz Dourado.
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CÓPIAS
Segundo o relato de Rogério Faller, ao reclamar à fiscal do certame do fato de a prova interna estar trocada, ela disse que deveria responder às questões referentes à avaliação em que constava seu nome. “Eu fui o único que reclamei, então a senhora que estava de fiscal ficou sem saber o que fazer e me disse que eu deveria seguir, diferente do que o pessoal do Luiz Dourado fez.” Segundo Sabrine Rehbein, que prestou o concurso no Luiz Dourado, todos os que realizaram a prova de atendente de farmácia notaram o erro e o apontaram. “Como tinha mais gente, eles levaram nossas provas e, depois de 55 minutos, voltaram com as corretas”, afirmou.
“Parecia que eles haviam saído para procurar uma prova certa e fizeram cópias, pois estavam grampeadas de uma forma diferente da normal”, disse Kássia Cremonese. Diante da situação, após o fim do prazo para realização da prova, o grupo do Luiz Dourado recebeu dos fiscais um tempo extra de 55 minutos para terminar. Segundo eles, a diferença em relação aos outros concurseiros poderá ser sentida no resultado final da classificação. “A concentração já não era mais a mesma. Ficamos quase uma hora esperando, sem saber o que iria acontecer, nervosos, com raiva e vontade de chorar”, comentou Silvane Bressler.
Para Rogério Faller, a solução será o cancelamento do concurso. “Que seja parcial, que é o que pleiteamos – apenas da vaga a que estamos concorrendo –, ou mesmo total.” No Ministério Público, o grupo solicitou audiência com o promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin. A informação que recebeu de funcionários foi de que as irregularidades já vêm sendo investigadas.
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