A Câmara de Vereadores de Passo do Sobrado teve outra vez a presença de público para se manifestar sobre a instalação de uma empresa do setor calçadista na cidade. Mais de 100 pessoas foram, nessa segunda-feira, 13, à sede do Legislativo responder ao protesto da semana passada, em que esportistas pediram a anulação do projeto de lei que permite a concessão do Ginásio Municipal Ernani Weber a uma fábrica de sapatos.

A proposta que permite a instalação da calçadista na cidade foi aprovada em reunião extraordinária do Legislativo no dia 1º de junho, com cinco votos favoráveis, dois contrários e uma abstenção. O projeto cede a área de lazer à iniciativa privada por dois anos, prorrogáveis por igual período. Em contrapartida, a fábrica tem de garantir 35 empregos por oito anos.

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O número de vagas ofertadas é um dos motivos de insatisfação de parte da população contrária à nova indústria. Apoiadores do projeto dizem que a empresa proporcionará mais de 100 postos de trabalho. “O projeto veio sim com 35 vagas, mas a gente sabe que tem potencial para 150”, disse o vereador Gustavo Rocha (PDT). O pedetista também usou a tribuna para defender a construção de um novo espaço desportivo. Segundo ele, o ginásio atual não garante a integridade física dos atletas.

Contrário à permissão do uso do ginásio pela fábrica, Jander Thisen (PTB) levou ao plenário uma lista com sete empresas que precisam de trabalhadores. “Eu votei contra o lugar da empresa, não contra os empregos”, afirmou. A Calçados Beira Rio não quis se pronunciar sobre o ato. Após o protesto da semana passada, a empresa disse que não buscaria outro ateliê para prestar serviços terceirizados à indústria.

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A presença policial nessa segunda-feira foi mais intensa do que na sessão anterior. A Brigada Militar reforçou a segurança da Câmara com quatro veículos. Agentes da Força Tática acompanharam em frente ao prédio e outros três policiais observaram o público e os parlamentares dentro da sala do Legislativo.

Vereadora tenta expor áudio de esportista sobre instalação de fábrica

Marlene Haas (Progessistas), não precisou terminar a fala dela na sessão dessa segunda-feira para receber o apoio do público. Com discurso inflamado, a parlamentar da base governista atacou a contrariedade ao projeto e falou com cada um dos vereadores que não votaram a favor. “Tivemos que ouvir que investidores não podem vir porque a comunidade está dividida“, disse em tom de lamentação.

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Ao fim do pronunciamento, ela disse que iria exibir um áudio compartilhado por aplicativo de mensagens mostrando que a mobilização dos esportistas era “politicagem“. Quem estava na sessão não conseguiu escutar a declaração por problemas técnicos, mas a Gazeta do Sul teve acesso ao conteúdo da mensagem.

O recado teria sido enviado pelo líder do movimento contrário à cessão do ginásio, Willian Cassiano Ferreira, ao vereador Gustavo Rocha. “Já se foi (sic) dois anos, daqui a dois anos tem eleição de novo. Tudo leva a crer que o atual prefeito vai à reeleição e contrário a nós. Mas se Deus quiser estaremos todos juntos. É hora de a gente saber tomar uma decisão melhor”, dizia a mensagem de 29 segundos.

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