No início da década de 1980, o santa-cruzense Geraldo de Souza Schmidt, no alto dos 20 e poucos anos, dirigiu-se até uma agência da Caixa Econômica Federal para sacar o PIS. Quando foi avisado de que não havia valor para retirar, ficou tão bravo que rasgou a carteira de trabalho e decidiu, naquele momento, que seria músico. Mal sabia ele que, daquela atitude, nasceria uma das bandas tradicionalistas de maior sucesso, não só no Rio Grande do Sul, mas no Brasil inteiro, que até hoje emociona o público com apresentações e canções.

Pouco tempo após o episódio, em julho de 1980, ele fundaria o grupo Os Buenachos. Em 1982, saiu o primeiro disco, Solo Pampeano, que abriu os caminhos para a banda trilhar o sucesso. “Em 1980, antes de gravar o primeiro vinil, participamos de um festival aqui em Santa Cruz, promovido pela Rádio Record, de São Paulo. Nós tocamos uma música gaúcha que se chamava Rio Grande Macho, de minha autoria. E fomos para São Paulo com as despesas pagas pela emissora”, relembra Geraldo.

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“Participamos do festival com os maiores artistas sertanejos do Brasil. Lembro quando o Adão Couto, que era o gaiteiro dos Buenachos na época, hoje já falecido, abriu a gaita de uma maneira que aquele ginásio, o Ibirapuera, veio abaixo com o povo aplaudindo.” Além de São Paulo, a escalada dos Buenachos Brasil afora incluiu Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Nas mais de quatro décadas de estrada, Geraldo conta que teve o privilégio de fazer grandes amizades e conhecer nomes importantes da música gaúcha. Um desses amigos é o tradicionalista Gaúcho da Fronteira. Por muito tempo, os CTGs da região recorriam a Geraldo para pedir que ele intermediasse grandes shows em Santa Cruz do Sul, como o do cantor tradicionalista Leonardo.

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“Eu trouxe o Gaúcho da Fronteira para o CTG Tropeiros da Amizade, no Pavilhão Central. Outra vez, a Metalúrgica Mor queria fazer um baile com Os Buenachos e mais um show. Nós tocamos o evento e o Leonardo fez o show. Aqui para o Passo da Mangueira, eu trouxe o Roberto Mendes, irmão do José Mendes. A Berenice Azambuja, quando estourou a música É Disso que o Velho Gosta, tocou no Clube 21 de Abril, em Santa Maria. Lembro que, para ela entrar no clube, tiveram que fazer duas filas com seguranças para que passasse no meio do povo e chegasse até o palco”, conta o acordeonista, vocalista e empresário dos Buenachos.

Shows retomam normalidade com a redução das restrições

O futuro dos Buenachos está garantido, se depender de Geraldo. Nos oito álbuns que o grupo lançou até agora, ele foi o principal compositor, e já está pronto para novas aventuras. Passada a época das restrições da pandemia, ele comemora o fato de que os shows já estão seguindo ritmo normal.

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Em breve, os apreciadores da música tradicionalista terão mais cinco canções novas dos Buenachos para curtir. Uma delas, chamada Nos Braços do Gaiteiro, foi lançada na semana passada. Geraldo, que já tem mais de cem composições gravadas, conta que ainda está sendo decidido se as novas canções irão compor um álbum ou serão lançadas individualmente. “Tenho duas músicas gravadas na semana passada no estúdio do Cris Oliveira, em Venâncio, um estúdio muito bom. As outras três são inéditas. Em agosto, quero entrar em estúdio e terminar.”

Além de Geraldo, que toca o acordeon e também canta, a formação atual dos Buenachos tem Silas Franco no vocal, Juan dos Santos (guitarra), Erico Metz (baixo e voz), Marcos Poey (acordeon e voz) e Nilmar Souto (bateria). No último sábado, 23, o grupo se apresentou em Guaíba, no CTG Darci Fagundes.

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Discografia

• 1982 – Solo Pampeano
• 1987 – Nossa Estampa
• 1990 – Tchê Rio Grande
• 1994 – Baile Campeiro
• 2005 – 25 anos – Na Mais Buena Forma
• 2008 – Namorando a Lua
• 2010 – 30 anos

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