O Dia Nacional da Adoção é lembrado nesta segunda-feira, 25 e, neste ano, a data terá um motivo especial em Santa Cruz do Sul, já que um Grupo de Apoio à Adoção está sendo constituído no município. A iniciativa pretende divulgar informações e prestar orientações para as famílias no processo.
Conforme a idealizadora, a bióloga e consultora ambiental Caroline Albrecht, a associação terá CNPJ e o estatuto está sendo revisado, com apoio de outros grupos similares de Capão da Canoa e Farroupilha. A ideia surgiu quando ela e o noivo buscaram a documentação habilitando a adoção em 2019. “É necessário preencher e entregar um formulário minucioso, que pede várias informações bastante delicadas. Sentimos dificuldade em obter algumas informações, buscamos o fórum para verificar se na região havia algum grupo de apoio que pudesse nos informar, e fomos informados de que não”, conta.
O grupo começou no WhatsApp e já conta com cerca de 30 pessoas envolvidas, incluindo a equipe do fórum, psicólogos do Serviço Integrado de Saúde da Unisc (SIS) e de um escritório de advocacia. No entanto, o grupo precisa de voluntários profissionais ou que tenham interesse pelo tema e estejam dispostos a ajudar. “Além de estar aberto à participação voluntária dos profissionais da área e demais interessados, vamos precisar de auxílio também para marketing e redes sociais”, observa.
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Entre os objetivos da iniciativa estão o atendimento aos interessados em adotar e famílias que já adotaram, com encontros para promover a troca de experiências. O grupo ainda prevê a realização de eventos com a comunidade para tirar dúvidas e a disponibilização de um site e cartilha. Conforme Caroline, a falta de informações dificulta a adoção e, apesar de o processo ser burocrático, ela acredita que é importante. “Vejo a burocracia como necessária. Estamos falando de vidas. Grande parte delas já passaram por situações muito difíceis de abandono, negligência, abuso, e o trabalho da equipe envolvida na Vara da Infância e Juventude precisa de tempo e minúcia para ser realizado”, salienta.
Caroline e o noivo completaram em maio oito meses de espera pela adoção e se preparam para receber o futuro filho na família. “Fazendo uma analogia, trata-se de uma gravidez invisível e que não se sabe quanto tempo irá durar. Porém, consideramos essa espera necessária, pois durante essa ‘gestação com o coração’ vamos nos preparando para receber essa criança, assim como acontece em uma gestação de pais biológicos”, explica.
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PROMOTORIA APOIA PROPOSTA
Para a promotora da Justiça Especializada de Santa Cruz do Sul, Danieli de Cássia Coelho, a formação do grupo é vista de forma positiva. Ela acredita que a troca de experiências e o apoio mútuo de pais com o suporte de profissionais qualificados trará meios para que eles lidem melhor com a espera e com o manejo do filho real, e não o idealizado. “Tenho convicção de que o grupo auxiliará no fomento nos números de adoções. Quanto às adoções no nosso município, acredito que todos os atores fazem um ótimo trabalho, mas que este sempre deve ser aprimorado, pois lidamos com vidas, dos pais e das crianças”, disse.
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