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Grupo está mobilizado para manter o Santuário de Schoenstatt

Após a decisão das Irmãs de Maria de transferir o Santuário de Schoenstatt da BR-471 para uma casa na Rua Thomaz Flores, 759, no Centro, uma mobilização foi criada para tentar manter o local como um centro religioso. O grupo quer estimular entidades e segmentos da sociedade civil a entrar na questão. A ação é promovida por pessoas que acreditam no poder espiritual da área em meio à natureza, no Bairro Santuário, em Santa Cruz do Sul.

De acordo com o advogado e contabilista Ruy Alberto Kaercher, membros do movimento apostólico de Schoenstatt passaram a se organizar para evitar a extinção do santuário santa-cruzense. As religiosas pretendem vender a área para investir na construção de um novo santuário no Centro. Conforme Kaercher, simpatizantes da transferência já levaram o altar, ornamentos e a estátua do fundador José Kentenich para a casa da Thomaz Flores.

Segundo informações da Prefeitura, o imóvel na BR-471 foi doado pelo Município ao Instituto Pedagógico Social Tabor em 1975, para edificação de um Centro de Formação e Educação para o Povo. Em abril do ano passado, a Prefeitura foi procurada pela instituição, por meio de ofício, solicitando um parecer com relação à venda do terreno.

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No documento redigido pelas Irmãs de Maria, foi alegado o desejo de transferência do santuário para um lugar mais central como solução para a falta de segurança e também pela facilidade de acesso. Com isso, cumprida a finalidade e as condições decorrentes da lei de doação, o imóvel pode ser vendido a terceiros pelas religiosas sem nenhum impedimento legal.

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Altar e ornamentos já foram levados para a casa da Rua Thomaz Flores

Kaercher explica que aguarda uma resposta da Prefeitura sobre requerimentos protocolados na semana passada. “A luta é para manter a capelinha no local, que não seja demolida, em respeito à história e à memória das centenas de pessoas que se doaram pela conquista do terreno e construção do santuário”, alega. “Também em respeito ao que pregava o fundador do Movimento Apostólico, o padre José Kentenich. Em respeito às milhares de pessoas da comunidade regional que se manifestaram e continuam a se manifestar pela permanência do santuário”, complementa.

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O secretário de Segurança, Defesa Civil e Esporte, José Osmar Ipê da Silva, afirmou que o assunto da mudança de local era pauta há dois anos e passou por diversos secretários da pasta. As irmãs pediram mais segurança e a Guarda Municipal prontificou-se a atuar durante eventos e com rondas eventuais. Havia um estudo em andamento para colocação de um dispositivo virtual pelo sistema Vigilância Colaborativa, em implantação no município. Ultimamente, nenhum pedido para reforço de segurança no local foi feito. O Município afirmou, por meio da assessoria de comunicação, que tem a preocupação de que o local não perca seu valor histórico e cultural com a saída do santuário e que está avaliando o que pode fazer a esse respeito.

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Preocupação com o turismo e o patrimônio

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A presidente da Associação Pró-Turismo de Santa Cruz do Sul, Leoni Cristina Kessler Vila, acredita que as irmãs podem deixar de morar no local. Porém, defende que a estrutura deve ser tombada como patrimônio histórico, cultural e religioso. Com isso, o Conselho Municipal de Turismo protocolou um pedido ao Ministério Público, na última sexta-feira, para que a situação seja analisada. A documentação também foi enviada ao Município, conforme a presidente do Conselho, Luciana Tremea.

Leoni alega que a escritura não dá posse permanente do terreno às irmãs. “Caso haja uma transferência ou paralisação, a área deveria voltar a ser do município”, afirma. Ela afirma que já existe uma iniciativa para criar uma associação que possa administrar o santuário. Para Leoni, o local poderia se transformar em um ponto turístico autosustentável, com pousada, venda de lembranças e centro de informações turísticas. “Só quem trabalha com turismo sabe o potencial do santuário. Muitas pessoas nunca haviam ouvido falar dele quando visitam a cidade. Muitas se emocionam com a experiência espiritual. O santuário faz parte do roteiro de diversos grupos”, explica.

Para ela, a queda do movimento foi consequência da pandemia. Leoni acrescenta que a transferência deveria ter sido discutida na comunidade. “Minha família ajudou bastante, de diversas formas, como voluntários. Somos um pouquinho donos também. O local deve ser tombado, por ser um ponto de evangelização. Não há sentido nessa transferência”, finaliza.

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