A mobilização da comunidade contra a venda do terreno onde está localizado o Santuário de Schoenstatt, na BR-471, em Santa Cruz do Sul, terá mais um capítulo nesta quinta-feira, 3. O grupo Mães de Schoenstatt organizou a partir das 10 horas, na esquina do Quiosque da Praça, na Rua Marechal Floriano, um dia de coleta de assinaturas para o abaixo-assinado contra a mudança do local do Santuário. Segundo a representante do grupo, a professora aposentada Glacy Falleiro, até essa quarta-feira, 2, haviam sido coletadas mais de 500 assinaturas.
“Hoje [quarta-feira] protocolamos mais de 200 assinaturas, juntando com as mais de 300 que já tínhamos enviado ao Ministério Público. Essa ação da comunidade fez com que o promotor se mobilizasse. Ele viu que era um movimento das pessoas, não apenas do turismo.”
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Na semana passada, o promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, informou sobre o procedimento do MP, instaurado a partir de documento enviado pelo Conselho Municipal de Turismo (Comtur), que solicitou o acompanhamento da polêmica. O terreno, de valor estimado em cerca de R$ 1 milhão, foi doado pela Prefeitura de Santa Cruz do Sul para o Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt em 1975 para a construção do Santuário. Segundo Barin, o MP entende que bens doados pelo Poder Público devem cumprir sua função específica ou retornar ao patrimônio municipal.
Fiéis contrários à decisão do grupo religioso se manifestam desde a divulgação da intenção das Irmãs de Maria de vender o terreno e reerguer a capela com os mesmos materiais em um novo endereço, ainda desconhecido. Atualmente, o Santuário e a estátua do Padre José Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, estão provisoriamente em uma residência na Rua Thomaz Flores, no Centro. Segundo informou a assessoria de comunicação das Irmãs de Schoenstatt, a decisão pela mudança é definitiva e a Prefeitura, doadora do terreno, já se manifestou pela legalidade do processo.
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As Irmãs alegam falta de segurança como a principal causa da mudança, argumento muito contestado pelos fiéis contrários à venda do terreno. “Quem investiu ali foi o povo. Conheço pessoas que ajudaram a construir a capela e dizem que vão querer a sua parte caso o Santuário seja vendido. E perigo tem em qualquer lugar. O edifício em que eu moro foi assaltado recentemente. E a gente sabe que a Prefeitura ofereceu até posto de vigilância no local. Mas elas (as Irmãs) querem vender o terreno”, argumenta Glacy Falleiro. A intenção do grupo é multiplicar as assinaturas nesta quinta. “Queremos mobilizar toda a comunidade”, afirma.
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