A greve dos professores da rede pública estadual prossegue no Vale do Rio Pardo. O movimento iniciado no dia 5 em uma assembleia estadual do Cpers/Sindicato alcança duas semanas e não há sinais de que chegará ao fim brevemente. O estopim foi um novo parcelamento de salários por parte do governo gaúcho, com o valor mais baixo até então.
Somente R$ 350,00 foram depositados na conta dos servidores no final de agosto. Os grevistas vão se reunir hoje em audiência com os secretários da Fazenda, Giovani Feltes, e da Educação, Ronald Krummenauer.
Os números não são precisos em relação à adesão. Na área da 6ª Coordenadoria Regional de Educação, são 106 escolas estaduais. A presidente do 18º Núcleo do Cpers, Cira Kaufmann, afirma que o engajamento é o maior entre todas as paralisações durante o governo Sartori. O Núcleo atende 15 municípios. “Continuaremos as visitas até o fim da semana. Há um esforço para manter a mobilização, que já pode ser considerada a maior desde o início dos parcelamentos de salários”, salientou. Kaufmann esteve em Candelária ontem à tarde, na escola Guia Lopes.
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Professores de Santa Cruz do Sul estarão nos atos programados pelo comitê de greve em Porto Alegre. A Tenda da Resistência, que seria inaugurada ontem na Praça Getúlio Vargas, será aberta na sexta-feira, a partir das 9 horas. No mesmo dia, haverá um ato público às 14h30 na Praça Siegfried Heuser. Outro ato está previsto para ocorrer em frente à 6ª CRE, iniciativa que será seguida em todas as regiões do Estado. Nesta quarta, associados do 18º Núcleo conversaram com o advogado Leandro Fernandes, que atende o sindicato.
Clima foi de tensão em Porto Alegre
Professores da rede pública estadual estiveram com estudantes e outras categorias do funcionalismo em frente ao Palácio Piratini nessa terça-feira para protestar. Após uma tentativa, por parte do comitê de greve, de entrar no prédio para buscar uma negociação, a Brigada Militar lançou spray de pimenta na direção dos docentes. Um vidro que dá acesso à Casa Civil foi quebrado por um objeto que alguém lançou em meio à multidão. O Cpers frisou que a mobilização era pacífica.
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“Não nos causaria espanto que essa pessoa fosse infiltrada, justamente para descaracterizar nossa mobilização”, disse a presidente do sindicato, Helenir Aguiar Schürer. Ontem foi iniciado um acampamento na Praça da Matriz em protesto contra a precarização dos serviços públicos estaduais. Hoje haverá um “Dia de Lutas com Ato Unificado” em Porto Alegre, chamado por centrais sindicais.
A audiência desta quinta-feira não deve resolver a situação da greve. Segundo um dos representantes da direção central do Cpers, Daniel Damiani, na reunião da categoria com Fábio de Oliveira Branco, secretário-chefe da Casa Civil, foi sinalizado que, para o governo, a única alternativa à crise é a renegociação da dívida do Estado com a União. Mas os servidores discordam. “O governo está usando os servidores para pressionar Brasília”, disse Damiani.
Outro ponto contestado pelos professores é o projeto de lei (PL) 148 do governo Sartori. O texto limita a dispensa de servidores da administração pública direta e indireta para exercer mandato eletivo em sindicato, confederação, entidade ou associação de classe. Ele deve ser votado na próxima semana.
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