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Greve do Detran segue sem data para terminar

Sem previsão para acabar, a greve do Detran, que já entra para a quarta semana, segue causando transtornos para os Centros de Formação de Condutores (CFCs) de todo o Estado. Dados atualizados indicam que 14,4 mil exames já deixaram de ser aplicado em todo o Rio Grande do Sul desde o início da paralisação. Desses, 7,8 mil foram práticos e 6,6 mil, teóricos.

Em Santa Cruz do Sul, a situação também é complicada. Apesar de os CFCs realizarem as provas práticas de 15 em 15 dias, as teóricas praticamente não foram mais aplicadas em função da falta dos examinadores. A solução encontrada pelos gestores dos centros tem sido enviar os alunos para outros municípios que disponibilizam a prova no formato eletrônico, através da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs).

A viagem não é cobrada dos candidatos e os custos são arcados pelos próprios centros. “É um  prejuízo para os CFCs. Como tudo ainda está muito incerto, os alunos acabam não marcando as aulas e os carros ficam praticamente parados”, explica a assessora de comunicação do CFC Real, Letícia Hinterholz.

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Outro Centro de Formação que enfrenta uma verdadeira dor de cabeça é o Celso. Por lá, mais de 60 estudantes aguardam para fazer o exame teórico. “Estamos estudando a possibilidade de também encaminhar esse grupo para outras cidades. O problema é que nem todos têm essa disponibilidade”, explica a gerente administrativa Carine Hirsch. A incerteza sobre a vinda (ou não) dos examinadores é o principal impasse de quem organiza as agendas. “Cada dia é uma surpresa. Para a próxima semana, por exemplo, já sabemos que não haverá prova prática”, lamenta Carine.

Conforme o presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sindet), Maximiliam da Rocha Gomes, o governo do Estado tem demonstrado uma postura intransigente com os servidores. “Até agora nada nos foi acenado, a não ser o pagamento das progressões, sendo que para isso a própria Procuradoria-Geral do Estado (PGE) já havia emitido parecer de que elas deveriam ser pagas, independente da vontade do governo. É por esse motivo que a greve continua”, declara. Dentre as demandas da categoria, estão a reposição da inflação (de julho de 2012 a maio de 2016) nos salários, o fornecimento de auxílio-refeição sem a contrapartida do funcionário e a execução de promoções e progressões represadas. Até agora, a estimativa do Sindet é que em torno de 85% dos servidores de carreira tenham aderido à paralisação.

Em Santa Cruz, dificuldade para renovar licença

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Faz mais de uma semana que o santa-cruzense José Valdir de Oliveira, 44, busca renovar a licença de motofretista para atuar como motoboy. O problema é que após fazer contato com, pelo menos, dois CFCs, descobriu que a atualização não pode ser feita por aqui em função da falta de alunos para fechamento das turmas. “Estou desempregado e consegui uma vaga muito boa para trabalhar como motoboy. Acontece que meu futuro chefe não pode me admitir sem que eu tenha essa atualização”, explica.


José Valdir de Oliveira precisa renovar a permissão de motofretista
Foto: Bruno Pedry

Todos os quatro Centros de Formação de Condutores da cidade (Celso, Real, Machado e Intelligence) alegam que em função de a demanda ser baixa, não há condições de executar o curso de atualização com carga de 16 horas para apenas um aluno. “Mesmo se fechássemos uma turma, no atual momento não haveria a possibilidade de dar início às aulas por conta da greve do Detran, que é responsável pela aprovação do curso”, explica a assessora de comunicação do CFC Real, Letícia Hinterholz. A orientação concedida pelos CFCs é que os condutores que precisem renovar a licença de motofretista procurem o Sest Senat, em Lajeado. O órgão é especializado em cursos do tipo e possui autorização do Detran. O telefone para contato é (51) 3709 0771. Exigida desde 2010 através da resolução 350 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a permissão só é concedida aos condutores após a realização de cursos especializados. As formações são destinadas a profissionais em transporte de passageiros (mototaxista) e em entrega de mercadorias (motofretista) que exerçam atividades remuneradas. No caso de Oliveira, porém, é necessária apenas a atualização, já que ele fez a formação ainda em 2010.

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