Caminhoneiros iniciaram nesta quarta-feira, 11, o terceiro dia de greve com protestos em rodovias de ao menos sete Estados. O número de manifestações nesta manhã é menor do que o registrado nos dois primeiros dias de greve. Na segunda, 9, foram registradas paralisações em ao menos 14 estados, e na terça, 10, em ao menos dez.
Nesta manhã, as manifestações em rodovias federais acontecem no RS, SC, MG, MS, MT e TO, segundo boletim das 9 horas da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ainda há uma rodovia estadual, no Paraná, com paralisação de caminhoneiros.
Na maior parte dos trechos em que os caminhoneiros se concentraram, não houve interdição total da pista, eles permitem o tráfego de carros, ônibus e ambulância, de acordo com a PRF.
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PROTESTOS
A categoria iniciou a greve nesta segunda (após não entrar em acordo com o governo federal em relação às suas reivindicações. A adesão atingiu ao menos 14 estados do país no primeiro dia e 9 no segundo. Um dos líderes do Comando Nacional dos Transportes (CNT), movimento que lidera protestos pelo país, Ivar Schmidt, considerou positivo o início da greve.
Ele esperava que o movimento ganhasse mais adesões, mas disse que sua continuação dependia do apoio da população à sua pauta principal, que é a retirada da presidente Dilma Rousseff do governo. No entanto, entre o primeiro e o segundo dia, os protestos perderam fôlego.
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Entre as reivindicações secundárias, estão os pedidos de redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo (este o governo reconhece que não conseguiu atender), salário unificado em todo o país e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos. O grupo também quer ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos.
POSIÇÃO DO GOVERNO
O Planalto alega que atendeu a maior parte das reivindicações da categoria que, em abril, fez sua última paralisação do ano. Oficialmente, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social), integrantes do gabinete de crise montado pelo Planalto para acompanhar a greve, foram para o embate com os manifestantes.
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O governo também anunciou terça que aumentará as multas e as sanções a motoristas que obstruírem deliberadamente as rodovias, em uma tentativa de desestimular a greve. “O valor das multas é avaliado pelo dano social que esses comportamentos trazem”, disse o ministro da Justiça.
“O governo federal não pode admitir que pessoas, sem ter uma pauta de reivindicações e por uma questão política, fechem estradas para impor aquilo que acham que deve acontecer com o país por meio de uma medida inaceitável”, criticou Cardozo.
MULTA MAIS ALTA
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Atualmente, o Código Nacional de Trânsito prevê uma multa de R$ 1.915 para quem promover nas vias públicas competição, eventos organizados, exibição e demonstração de perícia sem permissão da autoridade de trânsito.
A atual punição será mantida, mas, no caso da obstrução deliberada com o uso veículo, o condutor será enquadrado em uma infração gravíssima e será aplicada uma multa de trânsito de R$ 5.746, podendo dobrar o valor para R$ 11.492 em caso de reincidência.