Depoimentos que integram a investigação do caso que chocou a cidade de Canelinha, em Santa Catarina, e todo o País na última semana elucidam novas situações que envolveram o assassinato de Flavia Godinho Mafra, 24 anos, e o roubo do bebê que ela gestava. O crime aconteceu na semana passada, quando a jovem foi morta e teve o bebê retirado da barriga com o uso de um estilete.
Uma amiga da vítima prestou depoimento nessa quarta-feira, 2, quando revelou à Polícia Civil que Flavia teria dito estranhar o interesse da outra mulher, suspeita confessa do crime, pela gestação e a aproximação repentina dela. A testemunha, que não teve a identidade revelada, conheceria as duas mulheres, tanto vítima quanto suspeita.
A revelação foi feita pelo delegado Paulo Alexandre Freyesleben e Silva ao portal NSC Total, de Santa Catarina. Conforme a reportagem, uma das testemunhas relatou, também em depoimento, que chegou a receber um convite para o falso chá de bebê organizado pela suspeita – usado para atrair a vítima -, mas que o evento teria sido cancelado repentinamente.
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O delegado acredita que o falso convite tenha sido enviado a fim de dar segurança à grávida, pensando que teria alguém de confiança no evento. O chá, segundo a Polícia Civil, foi apenas um atrativo para que a vítima pegasse uma carona com a suspeita. A mulher, que não teve a identidade revelada, confessou ter planejado a morte da amiga para ficar com a criança, após ela mesma sofrer um aborto, no começo do ano.
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Relembre o caso
Flavia Godinho Mafra desapareceu na quinta-feira, 27, quando saiu de casa para participar de um chá de bebê. Ela foi encontrada morta, em uma cerâmica, no dia seguinte, já sem o bebê. Suspeita do crime, uma amiga de infância da vítima foi presa, ainda na sexta-feira, 28. Segundo a Polícia Civil, a mulher disse em depoimento que teria matado a vítima com um golpe de tijolo na cabeça.
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Ela afirmou que inventou a história do chá de bebê como forma de atrair Flávia. A suspeita admitiu à polícia que também estava grávida, mas que acabou perdendo o bebê, no começo do ano. Ela não contou aos familiares sobre a perda por causa da expectativa que haviam criado e, por isso, teve a “ideia” de roubar o bebê da vítima. Ela teria ainda simulado um parto espontâneo com a ajuda de populares.
Após cometer o crime e retirar o bebê da barriga da mãe com o uso de um estilete, a mulher teria ido ao hospital e apresentado a criança, alegando um parto espontâneo. Como ela não apresentava indícios de um parto recente, o bebê foi encaminhado ao Hospital Infantil Joana Gusmão, de Florianópolis. A recém-nascida apresentava cortes nas costas, causados pelo estilete utilizado no crime.
Com conhecimento sobre o caso da gestante desaparecida, os policiais seguiram acompanhando o caso até a sexta-feira pela manhã, quando o corpo de Flávia foi encontrado pelo marido e pela mãe dela, em uma cerâmica abandonada. Não foi informado pelas autoridades policiais se o bebê foi retirado com a gestante viva ou se ela já estava morta. Na sequência, os policiais foram até o casal que havia aparecido com a criança e elucidaram o crime.
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A mulher presa contou aos policiais que teve uma gravidez em outubro do ano passado e, em janeiro, perdeu a criança. Ela não avisou ninguém sobre o aborto e, em meados de junho, decidiu que iria cometer o crime para ficar com outra criança. Ela teria escolhido Flávia por serem amigas desde os tempos da escola e terem a gravidez em um período parecido. Na quinta-feira à tarde ela chegou a enviar mensagens a uma servidora da saúde em Canelinha falando sobre o suposto parto.
Conforme os policiais, a mulher relatou que o companheiro não sabia do caso e não participou do crime. No entanto, ele também foi preso e a participação dele é investigada. A mulher e o companheiro ficarão presos na unidade prisional de Tijucas. O bebê passa bem e será acompanhado pelo Conselho Tutelar.
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