Muitos estragos: a localidade de Alto Boa Vista, no interior de Santa Cruz do Sul, foi uma das mais atingidas
A chuva de granizo ocorrida no domingo, 4, abrangeu grande área no Rio Grande do Sul, com pontos também em Santa Catarina e no Paraná. Os dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) mostram que mais de 1,4 mil produtores de tabaco notificaram prejuízos à instituição, e a expectativa é de que esse número suba ainda mais. Somente na microrregião de Sobradinho foram 388 propriedades atingidas, a maioria em Arroio do Tigre. Uma força-tarefa de avaliadores foi montada para percorrer os locais no menor tempo possível.
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Conforme Alexandre Paloschi, coordenador de Pesquisa e Estatística da Afubra, os números para esta época do ano já estavam à frente da safra passada e devem aumentar após a conclusão das avaliações. No período de 1º de julho a 3 de dezembro deste ano, foram 8.473 sinistros de granizo, ante 6.582 no mesmo período de 2021. Na microrregião de Santa Cruz do Sul, houve notificações em Rio Pardo, Sinimbu, Passo do Sobrado, Progresso, Boqueirão do Leão e Santa Cruz.
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As localidades mais atingidas foram João Rodrigues, Max Brum, São Martinho, Alto Boa Vista, Linha Felipe Nery, Linha Antão, Linha do Moinho, Linha Araçá e Linha Inverno. Paloschi salienta que a faixa atingida se estendeu até Camaquã, no Centro-Sul. O fato de as lavouras já estarem em fase final de desenvolvimento contribui para agravar os prejuízos. “Aqui, na parte baixa da região, o pessoal planta mais cedo, muitos já estavam na terceira ou quarta apanha das folhas, as que têm maior peso”, disse em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9.
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Paloschi reforça que o granizo é um fenômeno imprevisível e tem capacidade de provocar grandes estragos em minutos. “Pode estar tudo muito tranquilo. De repente vem uma nuvem e estraga tudo. O produtor trabalha o ano inteiro, em tarefas árduas, e o que seria seu sustento acaba se perdendo.” Afirma que as equipes de avaliação estão percorrendo as propriedades desde a manhã de ontem, mas as primeiras impressões são de que os prejuízos são muito elevados.
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Ele advertiu para a necessidade de os produtores aderirem ao seguro para se precaver de situações como essa. “Sabemos que não cobre tudo o que seria colhido, mas auxilia muito nas contas do dia a dia.” Para os agricultores que tiveram danos nas lavouras, a orientação é notificar o mais breve possível e deixar pelo menos três vergas de amostra para os avaliadores. “Uma no meio do pedaço e uma de cada lado, nunca as primeiras”, orientou. Com isso, os profissionais da Afubra possam ter uma percepção mais clara e homogênea do ocorrido.
O trabalho de avaliação começou nessa segunda-feira, 5, e a expectativa é de que se encerre até sábado, 10, se o tempo colaborar. São 14 avaliadores atuando na microrregião de Santa Cruz e mais 12 na de Venâncio Aires.
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