Um conjunto de medidas que incluem instalação de ecopontos e novos contêineres de recicláveis nas ruas, distribuição de composteiras domésticas e um programa de troca de materiais por alimentos está no radar da Prefeitura de Santa Cruz. O objetivo é reduzir o custo do gerenciamento de resíduos no município.
O plano foi concebido a partir de um diagnóstico elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ao qual a Gazeta do Sul teve acesso. No ano passado, o Município aportou mais de R$ 11 milhões para bancar o sistema, o que inclui a coleta convencional na zona urbana e rural, coleta por contêineres e a coleta seletiva, operada pela Cooperativa de Catadores e Recicladores (Coomcat), além do transbordo, destinação final e reciclagem. A arrecadação com a taxa de lixo, no entanto, foi de cerca de R$ 6 milhões – o valor é cobrado junto com o IPTU. De acordo com o secretário Jaques Eisenberger, a intenção é diminuir essa diferença, conforme orienta o novo Marco Legal do Saneamento. “Trabalhamos com recursos que são públicos. Então, precisamos ter muito cuidado com esses gastos”, observou.
Uma das estratégias é ampliar os contêineres de cor laranja, que são utilizados para descarte de materiais recicláveis e começaram a ser implantados em junho. Atualmente são quatro, e a ideia é, em um primeiro momento, implantar outros quatro em lugares estratégicos. A expectativa é evitar que papel, papelão, vidro, metais, plásticos e outros sejam depositados nos contêineres verdes, que são destinados apenas a resíduos orgânicos – a mistura aumenta o risco de recicláveis serem contaminados, o que compromete a reciclagem.
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O governo também pretende instalar quatro Estações de Sustentabilidade, que são depósitos de recicláveis instalados em contêineres marítimos, com compartimentos distintos para cada tipo de material. Concebido em Curitiba, no Paraná, o modelo já foi adotado por outros municípios do País. As estações devem ficar nas praças do Arroio Grande, Siegfried Heuser, Getúlio Vargas e Hainsi Gralow. O custo dos contêineres deve ser de cerca de R$ 30 mil cada um.
Em outra frente, a ideia é instalar ecopontos, destinados a materiais como entulhos, galhos, móveis e eletrônicos. Com isso, espera-se também reduzir os pontos de descarte irregular, como no Trevo do Bom Jesus.
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Das 33 mil toneladas de lixo geradas em Santa Cruz em 2020, menos de mil foram recicladas, enquanto o restante foi encaminhado para o aterro sanitário de Minas do Leão. Um dos focos do governo é expandir a reciclagem. Além do impacto ambiental, a expectativa é reduzir o gasto público. Em 2020, o custo do transporte dos resíduos até a destinação final chegou a R$ 1,6 milhão, enquanto a contratação do aterro consumiu R$ 3,1 milhões.
O plano inclui a implantação de um programa chamado Troca Solidária, também inspirado em uma iniciativa de Curitiba, por meio do qual famílias poderão trocar quatro quilos de materiais recicláveis por um quilo de alimento. As coletas serão feitas em escolas e a primeira edição será na última semana deste mês, na Escola Municipal Bom Jesus.
De acordo com o secretário Jaques Eisenberger, a potencialização da reciclagem também passa pelo incentivo à separação domiciliar. O diagnóstico feito pela Prefeitura apontou que apenas 11,89% dos materiais recicláveis gerados são recolhidos pela coleta seletiva nos 15 bairros atendidos. “Nossa ideia é aumentar gradativamente essa eficiência. Mas para isso precisaremos de campanhas permanentes de estímulo à separação”, observou.
Outro investimento estudado é reformar a usina de triagem, no Bairro Dona Carlota, que também é operada pela Coomcat. Das cerca de 950 toneladas de resíduos reciclados no município em 2020, 532 foram a partir da coleta seletiva e 417 a partir da triagem.
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Para além das medidas voltadas à reciclagem, o governo também quer reduzir o volume de materiais orgânicos despachados ao aterro sanitário, que correspondem a mais de 70% do total de lixo produzido no município.
A estratégia é apostar na compostagem doméstica. A Prefeitura pretende implantar um projeto concebido em Venâncio Aires, onde recursos do governo federal foram usados para compra de mais de mil composteiras, distribuídas para a população em troca de desconto no IPTU. Os contemplados ficam sujeitos a fiscalização, para comprovar que, de fato, estão aderindo à prática.
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Conforme Jaques Eisenberger, a intenção é adotar um sistema semelhante. O investimento, porém, ainda depende da captação de verbas externas.
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