O Ministério da Saúde colocou em consulta pública uma proposta que visa uniformizar o acesso a medicamentos contra o HIV após uma possível exposição ao vírus. A ideia é evitar o avanço do vírus da Aids no país, sobretudo entre os jovens. A informação foi antecipada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
Hoje, a chamada PEP (profilaxia pós-exposição), conjunto de remédios que funcionam nos moldes de uma pílula do dia seguinte contra o HIV, é administrada de forma diferente para os três grupos para o qual é recomendada. Com isso, trabalhadores de saúde que podem ter tido contato com o HIV em casos de acidentes de trabalho, vítimas de violência sexual e pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas costumam ter acesso a diferentes tipos de profilaxia.
A proposta é eliminar essas três categorias e adotar um esquema único de antirretrovirais, o que pode facilitar a prescrição e ampliar o acesso aos medicamentos, sobretudo entre pessoas que fizeram sexo sem proteção. “Nesse sentido, reforça-se a indicação para além daquelas em que a PEP é classicamente indicada, como violência sexual e acidente ocupacional, com vistas a ampliar o uso dessa intervenção para todas as exposições que representem risco de infecção pelo HIV”, diz o documento enviado à consulta pública.
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AVANÇO ENTRE JOVENS
Desde os anos 1980, foram notificados 757 mil casos de Aids no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Apesar de apresentar índices estáveis, com cerca de 39 mil casos novos ao ano, o avanço da epidemia entre os jovens têm preocupado o governo. Jovens têm hoje a maior taxa de detecção da doença no país, um índice que vêm crescendo nos últimos dez anos. Em 2003, a taxa de detecção da Aids entre os jovens era de 9,6 a cada 100 mil habitantes. Em 2013, ano dos últimos dados disponíveis, essa taxa passou para 12,7.
Iniciada nesta semana, a consulta pública ficará disponível por um mês no site da Conitec, comissão que avalia a incorporação de novas tecnologias e remédios no SUS. Além de ampliar o acesso aos medicamentos, a proposta também prevê uma redução no tempo de acompanhamento dos pacientes, de seis para três meses. O Ministério da Saúde recomenda que o tratamento seja iniciado em até 72 horas após a exposição ao vírus. Diferente do modelo anterior, que previa medicamentos diferentes para cada situação de risco, o novo protocolo orienta o uso de quatro medicamentos antirretrovirais por 28 dias seguidos (tenofovir, lamivudina e atazanir com ritonavir) para todos os grupos.
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Em geral, os medicamentos estão disponíveis em serviços especializados no tratamento contra a Aids e em alguns postos de saúde. Com a mudança nas regras, o governo pretende ampliar o acesso aos medicamentos também em serviços de emergência, que ficam abertos durante a noite.
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